Estou tendo uma experiência única na minha vida profissional: trabalhando em um órgão público numa gestão que conta com o apoio da imprensa. Posso garantir: é outro mundo!
Comecei a trabalhar com assessoria de comunicação em 2003, na Assembléia Legislativa de São Paulo, na bancada do PT. Apesar de grande, eram 23 deputados estaduais - a maior da Alesp -, era oposição ao governo Alckmin, que contava com total apoio da imprensa paulista naquela gestão. Basta imaginar que o maior parlamento estadual do país, com 94 deputados, não tinha setorista de nenhum jornal e lá o Governo aprovava exatamente tudo que queria, da forma que queria, sem que a população acompanhasse os debates da Casa. Imagine trabalhar na comunicação dos que se opunham a isso! Pois é.
Em 2007, passei a trabalhar na equipe de comunicação do governo de Ana Júlia, no Pará. Em que pese tudo que de fato merecia críticas, a imprensa paraense desceu a lenha de forma muitas vezes maldosas. Raras vezes noticiavam as benfeitorias.
E o maior exemplo dessa diferença, eu vivi agora, com a passagem de governo de Ana Júlia para Simão Jatene.
Em dezembro de 2010, a então governadora Ana Júlia Carepa fez 5 inaugurações de muita importância para a população dos municípios de Belém, Ananindeua e Santarém. Obras de seneamento há muito tempo esperadas. Sabe como foi a repercussão disso na imprensa? Pífia.
Por outro lado, no dia 03/01, primeiro dia útil da gestão Jatene, enviamos para a mesma imprensa o resultado de uma licitação nacional de uma obra que deve começar até o final de 2011. O envio para os jornais aconteceu no dia segunte (04/01). Todos os veículos noticiaram "que o Governo vai começar a obra".
Uma publicação no Diário Oficial foi mais notícia do que cinco inaugurações!
Um comentário:
As capas dos principais jornais da cidade dos últimos 8 anos seriam excelente fonte para a dissertação de uma tese de doutorado na área de comunicação social...
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