quarta-feira, 30 de julho de 2014

O que nos falta para sermos seres plenamente sociais?

O que seria do mundo se parte de nossas ações não fosse pensando no outro?
Se todos nos comportássemos sempre com foco somente em nós mesmos?
Certamente, o caos.
Impossível que fosse diferente.
No trânsito, ninguém seria gentil. Cada um procurando garantir seu espaço em detrimento da segurança alheia.
Nas relações de trabalho, nada de construção em grupo ou troca de conhecimentos. Cada um tentando crescer sozinho para mostrar ao outro que pode ser ser melhor.
No sexo, ninguém preocupado em satisfazer o parceiro. Pouco importa se ele gosta desse ou daquele carinho. O que importa é o que me satisfaz.
Em casa, nada de ceder ao bom convívio familiar. Cada um tentando sobrepor suas necessidades e preferências sobre o ente "amado".

O resultado desse modo de viver é que todos seríamos angustiados, rabugentos, neuróticos.
Estaríamos sempre desconfiados da intenção do outro e teríamos muita dificuldade de nos relacionarmos, ainda que da forma mais superficial que fosse.
Nossa brilhante capacidade humana de ser social ia se perder no instinto de sobrevivência.

Agora, paremos para fazer o exercício contrário.
Se todos nos comportássemos sempre pensando nos outros.
E se todas as nossas ações fossem baseadas no impacto que elas poderiam ter na vida do próximo?
No trânsito, ninguém atravessaria na frente do motorista do lado, nem fecharia cruzamento.
No trabalho, todos seriam cooperativos uns com os outros e ninguém tentaria puxar o tapete do colega, criando um ambiente de confiança coletiva.
No sexo, a busca em satisfazer o parceiro resultaria sempre em casais satisfeitos, saciados e felizes.
Em casa, o respeito e tolerância mútuos proporcionariam um ambiente de carinho, harmonia e paz.

O resultado desse modo de viver é que seríamos todos mais saudáveis. Sentiríamo-nos mais livres para agir com amor, mais autoconfiantes para nos relacionarmos uns com os outros e seríamos mais felizes por ver o nosso trabalho, família e a vida, de uma forma geral, fluindo sem desconfianças, medos e sentimentos menores, como orgulho, melindres e sedes de vingança.

Seríamos plenamente seres sociais. 

E se tentarmos a partir de agora?

terça-feira, 29 de julho de 2014

Mutirões carcerários no Pará e no Mato Grosso começam em agosto

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai realizar, no período de 4 a 29 de agosto, dois mutirões carcerários simultâneos, no estado do Pará e no de Mato Grosso, onde serão fiscalizadas as condições de encarceramento e a tramitação dos processos de condenados e de presos provisórios (ainda não julgados).

As equipes dos dois mutirões foram instituídas pelas portarias de número 85 e 86, assinadas pelo ministro Joaquim Barbosa, presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), publicadas em 27 de junho no Diário da Justiça Eletrônico (DJe). As atividades serão executadas pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF), do CNJ.

Cada equipe terá um magistrado coordenador designado pelo CNJ. No Pará, será o juiz Eduardo Lino Bueno Fagundes, que pertence ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR). No Mato Grosso, o juiz Albino Coimbra Neto, do Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul (TJMS).

Os trabalhos serão realizados em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) e o Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso (TJMT). Ao final, serão elaborados relatórios com recomendações às autoridades dos dois estados para a solução das deficiências identificadas.

Agência CNJ de Notícias

segunda-feira, 28 de julho de 2014

NOTA EM APOIO AO SINDICATO DOS JORNALISTAS DO RIO DE JANEIRO CONTRA O ATAQUE DA MÍDIA

NOTA EM APOIO AO SINDICATO DOS JORNALISTAS DO RIO DE JANEIRO CONTRA O ATAQUE DA MÍDIA

A Comissão de Empregados da Empresa Brasileira de Comunicação - EBC presta solidariedade ao Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, que vem sofrendo uma série de ataques por parte da imprensa carioca, por ter, na última semana, organizado uma entrevista coletiva com ativistas acusados de praticar atos violentos em manifestações. 

Repudiamos qualquer forma de violência contra a imprensa, seja por manifestante ou por forças policiais e nos colocamos contrários a qualquer forma de limitar o exercício  da profissão. O jornalismo tem o dever de defender os direitos humanos e a democracia e não pode ter seus profissionais atacados, independentemente da linha editorial de seus veículos. Porém, diante das críticas ao Sindicato, que ofereceu o auditório para a coletiva, organizada por organizações como a Justiça Global e o  Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, questionamos quais os reais interesses por trás de ataque feitos pelas corporações ao sindicato e que têm inflado a categoria.

Estamos conscientes de que o clima de hostilidade entre manifestantes e imprensa é péssimo para assegurar a integridade dos jornalistas e a liberdade de imprensa. Compreendemos o esforço do Sindicato em buscar uma conciliação possível, por meio de uma conversa aberta, com a participação da categoria, na sexta-feira (25), e de condenar publicamente, mais uma vez, a violência contra os profissionais, na frente daqueles acusados de promovê-la. Foi uma atitude corajosa que não estava escorada na fácil troca de acusações por meio de editorais. Porém, esse esforço foi deturpado por parte da mídia, que se aproveitou da situação para criar falácias e colocar jornalistas contra jornalistas. Repudiamos esse ataque e nos solidarizamos com a presidenta Paula Mairan, que tem sido atacada pessoalmente, depois desse episódio.

A categoria não pode se deixar ludibriar por matérias falaciosas, quando não mentirosas, e esquecer que essas mesmas corporações que destilam ataques contra o Sindicato não tem nenhum interesse na segurança e no bem estar de seus profissionais. Os patrões foram incapazes de assegurar um reajuste salarial acima da inflação para os jornalistas cariocas e pouco avançaram na garantia da segurança de seus profissionais. Os patrões nunca publicaram um editorial condenando a ausência de equipamentos de proteção e o acúmulo de função do nosso colega Santiago Andrade, repórter cinematográfico da TV Band, que morreu vítima de um rojão disparado por manifestantes em protesto. 

Pior, essas são as mesmas empresas que colocam seus estagiários, menos conhecidos que seus profissionais, na linha de frente dos protestos.

O Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro prestou apoio a todos os jornalistas vítimas de violência desde o ano passado e também fora deles. Elaborou uma um dossiê com os casos de jornalistas agredidos, apresentado a Assembleia Legislativa do RJ, ao Governo do Estado, a representante das Nações Unidas (ONU) e ao Ministério Público do Trabalho. Lançou também a campanha "Jornalista é trabalhador" durante os protestos, para fazer frente aos ataques contra os colegas, além de ter envolvido outros sindicatos e organizações da sociedade civil para se somar à defesa da integridade de seus profissionais. Poucas linhas saíram nos jornais sobre essas medidas.

Na EBC, esteve ao nosso lado durante a greve de 2013 e em todas as atividades e lutas que se seguiram, inclusive, com ações judiciais. Temos tido grandes conquistas na garantia de nossos direitos e no reconhecimento da organização dos trabalhadores como fundamental para o fortalecimento da comunicação pública no país.

Por fim, lembramos que o Sindicato é a expressão de sua categoria, que deve se fazer presente, criticando e construindo a entidade sindical.

Comissão de Empregados da EBC

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O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal - SJPDF (o qual eu integro) também assinou a nota, juntamente com uma série de outras entidades, como o Sindicato dos Radialistas do RJ, que têm se unido no combate à criminalização dos movimentos sociais e a opressão ao trabalho dos jornalistas brasileiros.

Se tu concordas com ela, ajude a divulgá-la.

Idoso vai ao próprio enterro no Piauí

O aposentado Manoel Romão, de 67 anos, surpreendeu a família e os amigos ao chegar andando ao que deveria ser o seu sepultamento. O caso ocorreu no último sábado (27), na cidade de Pipiripau, no Piauí.
Manoel, que estava sumido desde sexta-feira, acabou confundido com um ciclista vítima de atropelamento. O corpo, que não fora identificado no hospital da cidade, tinha características similares às de Manoel, o que levou a família a crer que se tratava do aposentado.
Manoel chegou à cerimônia fúnebre momentos antes do sepultamento. Os verdadeiros familiares do morto foram encontrados e avisados do ocorrido horas depois.

Juro que me imaginei vivendo isso. Ia ficar de longe só observando as expressões de cada um.
Seria um bom termômetro pra muita coisa. Seria, sim.





Com informações do www.correiobraziliense.com.br

domingo, 27 de julho de 2014

Automelhoramento materno

A grande dádiva da maternidade é a capacidade da superação. 
De automelhoramento a cada defeito pessoal que se conserta, de autocontrole a cada crise de rebeldia, de equilíbrio a cada situação de tensão.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Aquele jornalista escroto

Felipe Patury, na sua coluna de hoje na Época:
"A deputada federal Manuela D´Ávila, do PCdoB do Rio Grande do Sul, enriqueceu – e muito. De 2010 para este ano, seu patrimônio aumentou 1200%. Saltou de R$ 14 mil para R$ 184 mil. Destaque para a sua conta poupança no Banco do Brasil, que saiu dos R$ 9 mil e chegou aos R$ 94 mil em quatro anos."

A pessoa é vereadora desde os 23 anos, deputada federal há 8. Como qualquer deputado federal não paga aluguel, e ganha muito bem (uns 26 mil só de remuneração direta). Poupa 1700 contos por mês e tem um terreno de 3 hectares (três campos de futebol) numa cidade de 30 mil habitantes do Rio Grande do Sul, pra lá de Novo Hamburgo, 70 km da capital. 
E vem um escroto de um jornalista dessa revista mais escrota ainda, e fica escandalizado com isso. Fala que a deputada "enriqueceu - e muito". Essas coisas me dão vontade de socar a cara de um fudido desses!
As quatro empresas, os dois apartamentos (um no Rio de Janeiro, na Lagoa Rodrigo de Freitas...), o Land Rover e os 300 mil que o Aécio tem no banco, disso ele não fala nada.
São uns canalhas mesmo! Meu consolo é que todos um dia morrerão!
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O incomodadíssimo desabafo é do advogado e professor paraense, Alan Souza, em e-mail que enviou na tarde desta sexta-feira, para a sua lista de amigos.

Homenagem de Maurício de Sousa


quinta-feira, 24 de julho de 2014

A disputa é mais profunda

Pela educadora paranaense e diretora do Departamento de Educação da Universidade Federal do Paraná, Andrea Caldas**, em seu perfil no Facebook.


A DISPUTA É MAIS PROFUNDA...
 

A disputa que esta eleição revela não é só a da coragem contra o medo como foi em 2002, nem simplesmente, contra o ódio, como a política de costumes da ultra direita a ultra esquerda, passando pelo marketing oficial, quer fazer parecer.

Embora, os elementos do reacionarismo estejam presentes nos supostos 2% de uma candidatura própria, o que está em questão é a consolidação de um sistema em crise ( a do Capital).

Vivemos uma anunciada contração econômica mundial que começa a respingar no quadro nacional.
 
O que está, fundamentalmente, em jogo, mais uma vez, é a disputa dos Fundos Públicos.
E não nos iludamos, não há simplesmente uma antagonização de candidaturas para a resolução desta crise mas, um investimento interno em cada candidatura "majoritária", com variados potenciais de permeabilidade.


A pressão que a candidatura de Dilma sofreu para retirar do programa de governo a pauta do fim do financiamento privado de campanhas, da Regulação das Comunicações, dos Recursos Públicos exclusivamente para a área pública e não para concessões, convênios e quetais, revela uma estratégia refinada dos grupos do Capital, que controlam economicamente as eleições, para resolver os "seus problemas".

Isto tudo combinado a uma silente criminalização daqueles que ousam manifestar-se e reivindicar, prepara um caldo de cultura para arrochos, repressão e assaltos aos cofres públicos pela ganância dos interesses privados.


Estes são aqueles momentos trágicos da história, nos quais se nos faltar clareza e precisão cirúrgica, seremos arrastados a ser o que não somos.

A crítica aqui, precisa transcender a política de seitas e de guerra de torcidas e recuperar, na história da esquerda, o que é fundamental e o que é secundário, para dentro e para fora.

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** Andrea Caldas é filiada e militante do Partido dos Trabalhadores há anos e, inclusive, fundou, juntamente com outros professores, o Núcleo Universitário do PT no ano passado na UFPR, num belo debate sobre os rumos do partido no Brasil, com a participação do sociólogo Emir Sader.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

TRT do Pará e do Amapá divulga relatório sobre erradicação do trabalho escravo

Já se encontra disponível no portal do Tribunal Regional do Trabalho da 8º Região o Relatório de Análise Situacional nº 008, resultado do monitoramento do evento “Erradicação do trabalho em condições análogas às de escravo”, cujas recentes movimentações foram acompanhadas pelo Oitavo Regional com apoio da técnica de cenários prospectivos.
 
O Relatório aborda aspectos da Proposta de Emenda à Constituição 57-A/1999, que altera o artigo 243 da Constituição Federal, estabelecendo a expropriação das propriedades do responsável por trabalho escravo, aprovada no Senado Federal em 27 de maio deste ano, com a promulgação da Emenda Constitucional nº 81/2014, no dia 05 de junho.
O documento apresenta, ainda, resultados recentes de fiscalizações do trabalho escravo no país, dados do Relatório apresentado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), também no mês de maio, bem como a posição de destaque do Brasil nos esforços de erradicação dessa prática. O relatório aborda também a atuação pioneira do TRT da 8ª Região no combate ao trabalho escravo.
A erradicação do trabalho em condições análogas às de escravo é um dos quinze eventos monitorados pelo TRT8, identificados na fase implantação da técnica de cenários prospectivos. Esses eventos incluem temas relacionados a variáveis políticas, econômicas, tecnológicas, sociais e demográficas, dentre outras. O Relatório de Análise Situacional é um dos produtos da análise prospectiva, no qual são abordados fatos relacionados a um evento específico, que surjam como sinalizadores da provável ocorrência, ou não, do referido evento.
Para acessar o Relatório de Análise Situacional nº 008, acesse o menu Planejamento Estratégico, seção Cenários Prospectivos, disponível no portal do TRT8 ou clique aqui.

Fonte: TRT 8

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Ela será ela amanhã?

Boa a provocação do Editorial do Jornal do Brasil de hoje.
Replico com gosto.

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Ela será ela amanhã

A Justiça arbitrária que mantém ativista na prisão pode estar ajudando a construir uma futura líder nacional de proporções bem maiores do que se imagina.

A ativista é apontada como líder e mentora das manifestações que desde o ano passado atacam governos, Corrupção e cobra melhor distribuição de renda e cumprimento dos direitos sociais.
    

Sua prisão, sob a acusação de associação criminosa – antiga designação para formação de quadrilha -, é fortemente questionada.
   
 Para o desembargador Siro Darlan, que assinou pedidos habeas corpus para ativistas detidos, não havia elementos para mantê-los presos. A decisão cita ainda "constrangimento ilegal do direito de ir e vir (...) diante da ilegalidade da prisão temporária".
   
 Integrantes do PCdoB e Psol também impetraram uma representação no Conselho Nacional de Justiça contra o juiz que emitiu mandados de prisão e de busca e apreensão contra ativistas. A representação argumenta que o ato foi de "completa arbitrariedade e abuso de autoridade" e ainda que “tais prisões e apreensões possuem um nítido caráter intimidatório, sem fundamento fático ou legal que legitime a prisão, destinado a reprimir com o Direito Criminal a liberdade de expressão cidadã”.
   
  A arbitrariedade da Justiça e o clamor em torno da libertação da guia dos protestos sociais remetem o momento atual aos tempos da ditadura. E nesta comparação, não é improvável traçar um paralelo entre as líderes da resistência de hoje e de ontem.
   
  No passado, tivemos uma líder que combateu com unhas, dentes e armas a opressão, a injustiça, os governos autoritários e os desmandos. Que enfrentava a ditadura de rosto erguido, e que por isso sofreu a prisão e a tortura. Que foi vítima da arbitrariedade da Justiça, e combateu as autoridades liderando protestos e manifestações.
   
  Estas coincidências trazem à tona a questão: as arbitrariedades de hoje farão com que "ela" se transforme "nela", amanhã?

Em defesa da Voz do Brasil

Sim, eu sou contra a flexibilização do horário da Voz do Brasil.

Escuto quase que diariamente e é por meio desse canal que posso saber, sem o filtro dos interesses comerciais da mídia, pra que lado vão os "nobres" deputados e senadores e a quantas andam os trabalhos do Senado, Congresso, Judiciário e Governo Federal.

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Em defesa da Voz do Brasil

*Ana Rita


A Voz do Brasil volta a correr sério risco. É por defender “a minha voz, a sua voz, a nossa voz” que vou lutar, quando a Medida Provisória 648/14 retornar ao Senado, pela rejeição das alterações aprovadas na Comissão Especial que analisou a MP. Das 19h às 20h. Este é o horário tradicional que milhões de pessoas, pelo Brasil afora, recebem notícias por meio de um importante e indispensável instrumento de informação para a imensa massa de brasileiras e de brasileiros que vive no campo e na cidade, sem acesso a jornais e revistas e que não dispõe de outra forma de saber com transparência dos atos e realizações públicas.

Tais características, evidentemente, não agradam a setores da grande mídia. Motivados por interesses econômicos, voltados apenas à exploração comercial do horário nobre no qual vai ao ar A Voz do Brasil, os defensores da flexibilização, tentam enfraquecer o caráter democrático e transparente do programa. É uma forma disfarçada de relegar ao segundo plano A Voz do Brasil.

Não é fato como se propaga por aí que o “Brasil não é mais um país rural” e que “a população aprova a alteração do horário”. Pesquisa encomendada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República identificou que 66% dos moradores da Região Norte e 50% das regiões Nordeste e Centro-Oeste têm o programa como à única ou quase única informação do que acontece no Brasil.

Na verdade é no aumento da audiência e consequentemente no aumento do faturamento que os defensores do fim da Voz do Brasil estão de olho. Este é o pano de fundo da batalha que se arrasta, desde 2006, em seguidas tentativas no Congresso Nacional. A alteração proposta na MP é mais destes embates.

Vamos lutar para que a alteração proposta na MP seja derrubada. Flexibilizar por três horas é um erro crasso. O objetivo de fato é inviabilizar. Na prática, representa o fim da Voz do Brasil a médio e longo prazo. Em nosso País, existem quase 10 mil emissoras de rádios. Quem irá fiscalizar se A Voz do Brasil está sendo transmitida por todas essas emissoras?

Outro ponto a se pensar: apesar do significativo número de emissoras de rádio, o conteúdo é segmentado e pouco variado. Enfraquecer e progressivamente extinguir A Voz do Brasil representaria reforçar o monopólio da informação que chega aos ouvintes. 

Considero A Voz do Brasil patrimônio da sociedade brasileira. Portanto, fortalecê-la, é tarefa de todas e todos que compreendem que o acesso à comunicação é um dos pressupostos básicos para consolidação da democracia.

E, é bom lembrar as empresas de radiodifusão: a obrigatoriedade da veiculação do programa no horário tradicional é garantida pela Lei que instituiu o Código Brasileiro de Telecomunicações. Estamos de olho e vigilantes: “em Brasília, 19 horas”!

*Ana Rita é senadora da República (PT-ES) e presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Certezas de amanhã com dúvidas de hoje

Quando ela pensa no passado e percebe todos aqueles que ficaram por lá, regorgiza com a libertação.
Alegra-se com o salto nos pensamentos e aspirações.
Acalma-se em pensar que as colheitas serão mais frutíferas.
Mas não há como negar que ficam muitas interrogações.
Ela não tem dúvidas do que pode viver pela frente, com a abertura mental que vive.
As dúvidas são sobre os detalhes dos passos dados até aqui.
Essas afligem e corroem.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Violência policial fere 15 jornalistas e comunicadores no Rio

O Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro soltou ontem uma nota em repúdio à violência sofrida por 15 jornalistas que cobriam as manifestações na cidade.

A nota foi subscrita  por uma série de entidades, entre as quais, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF)


Nota de repúdio à violência policial que feriu 15 jornalistas e comunicadores neste domingo

Sob a justificativa da garantia da ordem durante a final da Copa do Mundo, neste domingo (13/7), no Maracanã, o Estado brasileiro e o governo estadual do Rio de Janeiro ignoraram direitos individuais e coletivos de brasileiros e visitantes, assim como cassaram a liberdade de expressão e a de imprensa. O aparato militar armado utilizado para reprimir as manifestações que ocorreram ao longo do dia na Tijuca resultou em prisões arbitrárias, ferimentos e no cerceamento do ir e vir de manifestantes e também de pelo menos 15 jornalistas e comunicadores populares. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro repudia com veemência essa violenta política de repressão aos movimentos sociais e aos jornalistas e pede a atenção dos organismos internacionais de Direitos Humanos para que pressionem o governo brasileiro no sentido de restabelecer as condições dignas de um Estado democrático de direito.

Neste tarde, além dos casos de agressões, houve também o cerceamento ao trabalho dos jornalistas e comunicadores em meio à repressão aos atos de protesto realizados na Tijuca. Os profissionais de imprensa foram impedidos de deixar a Praça Saens Peña durante duas horas, junto de cerca de 200 manifestantes. Esse grupo teve de enfrentar, sem possibilidade de refúgio, agressões físicas e o efeito das bombas de gás lacrimogêneo.
Com os novos casos de violência policial contra jornalistas e comunicadores registrados neste domingo, o relatório do Sindicato dos Jornalistas eleva essa triste estatística para 92 profissionais e comunicadores que foram vítimas de agressões e cerceamento desde maio do ano passado. O Sindicato vai encaminhar uma nova versão atualizada desse relatório às autoridades da Justiça e da Segurança Pública nos níveis estadual e municipal, assim como às autoridades e ONGs de direitos humanos nacionais e internacionais.
 
Abaixo, segue a lista dos jornalistas que foram identificados como agredidos na cobertura dos atos deste 13/7 de protesto contra o desvio de verbas públicas para a Copa e para pedir a liberdade aos presos políticos do Rio de Janeiro. Entre os presos, está a radialista Joseane de Freitas, da Empresa Brasil de Comunicação, presa neste sábado (12/7) em casa, sem qualquer motivo esclarecido, e acusada de formação de quadrilha com mais 16 adultos e dois adolescentes. O Sindicato, por meio de seu advogado Lucas Sada, deu entrada em um pedido de habeas corpus em favor da radialista, mas este foi negado no plantão judiciário deste domingo. O Sindicato também teve negado nesta semana um Mandado de Segurança para garantir o livre ir e vir de jornalistas no entorno do Maracanã, onde a PM realizou barreiras nos dias dos jogos da Copa.
 
Tais práticas de Estado caracterizam grave ofensa a nossa categoria e prejudicam a sociedade como um todo. Sem o respeito ao direito à informação, não há garantia de liberdade ou de democracia.
SINDICATO DOS JORNALISTAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Jornalistas e comunicadores agredidos:
Samuel Tosta – diretor do Sindjor-Rio – freelancer - ferido nas costas por estilhaços de bomba
Gizele Martins – diretora do Sindjor-Rio – editora do jornal Cidadão – crise de asma por inalação de gás lacrimogêneo
Mauro Pimentel – repórter fotográfico do Terra – chutado e golpeado no rosto e nas pernas com cassetete, teve a lente da câmera quebrada e a máscara de gás quebradas
Ana Carolina Fernandes – repórter fotográfica da Agência Reuters – teve a máscara de gás arrancada por um PM que a atacou com spray de gás de pimenta
Boris Mercado – repórter fotográfico peruano – chegou a ser detido e agredido
Jason O’Hara – repórter cinematográfico canadense – internado no Hospital Municipal Souza Aguiar em decorrência dos ferimentos
Oswaldo Ribeiro Filho - jornalista da agência inglesa Demotix - teve uma bomba de gás jogada em seu rosto
Filipe Peçanha – comunicador da Mídia Ninja – vítima de espancamento por oito PMs e a lente da câmera quebrada.
Leo Correa – repórter fotográfico freelancer – vítima de agressões físicas por PMs.
Tiago Ramos – jornalista do SBT Rio – ferido por estilhaços de bomba em um dos braços.
Luigi Spera – Jornalista italiano – vítima de agressões físicas por PMs.
Aloyana Lemos – documentarista – detida com violência por PMs e levada para a 21ª DP (Bonsucesso)
Bernardo Guerreiro – comunicador da Mídia Ninja - teve sua lente quebrada e foi agredido com spray de pimenta no olho a curta distância
Augusto Lima – jornalista do Coletivo Carranca – teve o celular quebrado quando foi agredido a golpes de cassetete.
Loldano da Silva – repórter fotográfico – agredido com dois golpes de cassetete no braço esquerdo, levado para o Souza Aguiar.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Sobre saúde mental e nossos julgamentos cotidianos


"Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo."

  Qual ouviu Jesus, nos momentos mais decisivos, ouviremos também desafios à nossa
capacidade de reverter uma situação desfavorárel.

Em vez de apoio, receberemos críticas e seremos alvos de zombaria.
Comumente, as pessoas nos falham nos instantes em que mais delas revelamos necessidade.
Não sejamos assim ou, antes, não tripudiemos sobre as fraquezas do próximo.
Na hora da dor moral, não é a vez de especular sobre as suas causas, procurando culpados.
Sempre que não pudermos auxiliar alguém, silenciemos.
As palavras desafiadoras que os soldados lançaram a Jesus lhe doeram muito mais que os
cravos nas mãos e a coroa de espinhos na fronte...
Os que estimam pisar sobre os que já se encontram caídos, não sabem medir as consequências de seu insano gesto de pretensa superioridade.
A não ser o Mestre Divino, que homem pode dar lições de moral a outro? Quem se sentirá
completamente imune à queda? Qual de nós poderá ter a vida vasculhada?
O ato de socorrer não nos confere o direito de recriminar a quem socorremos.
A caridade em silêncio diz tudo sem necessidade de articular uma só palavra.
Amenizemos o peso do fardo sobre os ombros alheios sem a menor censura à invigilância de quem a transporta, porque, também para nós, chegará o momento em que, mesmo
bem-intencionada, a palavra de recriminação de quem nos auxilia será como receber
um tapa no rosto.

(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A. Baccelli / Inácio Ferreira)

segunda-feira, 7 de julho de 2014

A falta de pudor da política brasileira

Lendo a matéria abaixo (O Globo desta segunda-feira, 07) é fácil concluir que os 12 condenados da Ação Penal 470 - batizada pela imprensa de "mensalão - estão muito longe de serem os maiores vilões da corrupção nacional, conforme a mídia tradicional tenta nos convencer há nove anos.

Veja o quanto alguns verdugos da política brasileira perderam a completa noção de pudor e apostam muito na imbecilidade do eleitor brasileiro.


Estevão retorna à política e dá cartas no PR

Mesmo sem disputar cargo, ex-senador mostra influência no pleito do DF

BRASÍLIA - Sem qualquer embaraço, o ex-senador Luiz Estevão passou a dar as cartas numa coligação que reúne expressivo número de políticos marcados por denúncias de corrupção — a do candidato ao governo do DF pelo PR, José Roberto Arruda. Quase uma década depois de condenado a 31 anos de prisão, o ex-senador Luiz Estevão está solto, dirige um time de futebol, conduz negócios milionários e voltou a se transformar num dos mais influentes políticos nas eleições da capital este ano.

Estevão perdeu o mandato em 2000 e foi condenado em 2006 pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região por corrupção, peculato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Em 2012, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a condenação. Mas nem assim ele foi para a cadeia. Estevão tem driblado a prisão com uma sucessão de recursos jurídicos.
— É revoltante porque só ocorre com quem tem capacidade econômico-financeira ou poder político grande — afirma a procuradora Janice Ascari.

A procuradora liderou as investigações sobre as fraudes no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, um dos maiores escândalos dos anos 1990. O nome de Estevão aparece em mais de 90 processos só no STJ. Pelo menos quatro são processos penais. Na última semana, a ministra Regina Helena Costa, do STJ, derrubou mais um recurso e manteve a condenação de Estevão a três anos e seis meses de prisão num processo em que foi réu por uso de documentos falsos. Mas nem a segunda condenação pelo segundo tribunal mais importante do país levou Estevão à prisão.

Logo depois da derrota no STJ, o advogado Marcelo Bessa apresentou um agravo de instrumento contra a decisão e, com isso, ganhou mais tempo. A redoma de proteção de Estevão é considerada espantosa até mesmo quando comparada ao caso do juiz Nicolau dos Santos Neto. Um dos envolvidos nas fraudes do TRT-SP, Nicolau foi condenado por receber suborno de Estevão e, em troca, liberar dinheiro para obras não executadas. Cumpriu 14 anos de prisão.

Estevão está pendurado em quatro recursos, dois do STJ e dois no Supremo Tribunal Federal (STF). Depois que o Supremo manteve a condenação de 31 anos de prisão, ele apresentou recurso extraordinário à presidência. Mas, como a derrota é considerada certa, entrou com dois habeas corpus no STF. Ele tenta, outra vez, derrubar a condenação por peculato e formação de quadrilha.
— Eu tenho plena convicção de que isso vai ser mudado — disse Estevão.

A declaração poderia soar como uma mera bravata se não fossem novas e surpreendentes reviravoltas no caso. Há duas semanas, a 1ª Turma STF anulou a condenação do empresário José Eduardo Ferraz, um dos três cúmplices de Estevão no desvio de R$ 169,5 milhões das obras do TRT. O STF determinou que Ferraz seja novamente julgado. Ou seja, o caso volto à estaca zero.


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