segunda-feira, 28 de abril de 2014

Collor, o maior de todos os inocentes brasileiros

Vinte e dois anos depois, o Supremo Tribunal Federal colocou um ponto final no último processo a que o atual senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello respondia por supostas irregularidades cometidas no período em que ocupou o Palácio do Planalto. Contando com o último, Collor já respondeu a 14 inquéritos no Supremo e nunca foi condenado.

Vocês conhecem alguém que tenha sido inocentado tantas vezes pela suprema Corte do país?

Então, segundo a Justiça brasileira, Fernado Collor de Melo é, sim, o maior dos inocentes da nação!

E vamos ter que engolir.

domingo, 27 de abril de 2014

O que Vargas tem em comum com um certo paraense

O André Vargas está para o PT do Paraná como o Beto Faro está para o PT do Pará.
Se o paraense se visse numa sinuca dessa, não apareceriam petistas históricos em sua defesa, nem militância nas ruas ou redes sociais. Não existe essa relação orgânica no partido com essas figuras.

Aquela mão empunhada de Vargas pra afrontar o Joaquim Barbosa na abertura do ano lesgislativo, meses atrás, foi muito mais pra ele mesmo aparecer do que uma convicção de quem tem história de luta.

Coisa de quem faz sua própria política, saca?

Por que vocês safam o Sardenberg? Só porque ele é homem?

Quero muito acreditar que estou vendo chifre em cabeça de cavalo, mas queria entender porque tentam a todo custo deslegitimar a Miriam Leitão, chamando-a de tudo que não presta, quando o Carlos Alberto Sardenberg é um milhão de vezes mais conservador, errante e debochado.

Ele fala das agruras do Brasil com sorrisinho, com felicidade.

Escuto os dois diariamente e várias foram as vezes em que já concordei com Leitão. Não a acho isso tudo que falam, não! Já o Sardenberg faz comentários que beiram a cretinice, dizendo que Brasil está falido, perdido e só pode melhorar se eleger um novo presidente, vide as notas das agências de risco e da Bovespa a cada pesquisa de intenção de votos que aponta a queda de Dilma.

Vocês falam mal diariamente da Miriam porque ela é mulher? É porque acusar mulher de incompetência é mais clichê, né?

 


quinta-feira, 10 de abril de 2014

Paraenses, fujam todos enquanto é tempo

Parceria de longa data esta aí: Jatene e Mário Couto.

O problema são as alternativas: Família Barbalho e Duciomar Costa.

Paraenses, fujam todos para as colinas!



quarta-feira, 9 de abril de 2014

Estado patina na segurança e tortura inocentes para confessar crimes não cometidos

O caso Tayná, no Paraná, é mais um exemplo do quanto nossas polícias são mal formadas, mal preparadas e tendem e achar culpados para dar resposta imediata para a imprensa, quando um caso dá muita audiência. Com esse objetivo, chegam até a torturar inocentes para que esses assumam a culpa de crimes que não cometeram. Dessa forma, ganham na mídia o espaço esperado.

No caso específico, quatro trabalhadores do Parque de Diversões onde foi encontrado o corpo de Tayná tiveram de "confessar" estupro e assassinato não cometidos.

Mais uma vez, é a culpa caindo sobre pobres para que o Estado tente parecer eficiente.

O governador tucano Beto Richa ainda deve a resposta desse crime hediondo sofrido pela jovem Tayná. Mas deve também a responsabilidade sobre a injustiça, humilhação e tortura sofridas pelos quatro trabalhadores que foram acusados pelo Estado de terem cometido crimes que não cometeram.


Laudo confirma que Tayná não sofreu violência sexual


A exumação do corpo de Tayná Adriane da Silva, 14 anos, confirmou o que a perícia inicial havia apontado: ela não sofreu violência sexual antes de ser morta. A informação foi obtida pela Gazeta do Povo com fontes que investigam o assassinato da garota, cujo corpo foi encontrado no dia 28 de junho de 2013, em Colombo, na Grande Curitiba.
Procurada para confirmar o resultado da necropsia, a Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) não negou nem confirmou a informação. No Ministério Público, órgão que requisitou o exame, o promotor do caso não foi localizado.
Falhas
Família da jovem critica declarações de delegado-geral
A admissão do delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Riad Braga Farhat, de que o assassinato da menina Tayná pode não ser esclarecido está associada ao momento político da segurança pública no estado. Essa é a opinião de familiares da garota assassinada em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. “Quem tem culpa no caso é a perícia e agora quem está no comando da Sesp é o doutor Leon [Grupenmacher, médico legista de carreira e ex-diretor geral do IML]. Tinha certeza que com ele lá tudo iria mudar porque tivemos conflitos no início do caso”, afirma Marcia Fernanda da Silva, irmã da jovem.
A declaração de Riad Farhat foi dada em entrevista à rádio Banda B, no último dia 27. “Nós vamos fazer o que for possível, mas podemos não conseguir e precisamos admitir isso”, disse na ocasião. Procurado pela Gazeta do Povo, o delegado-geral reafirmou a frase, mas disse que ela vale para qualquer caso. “Não disse apenas para o da Tayná, mas qualquer caso de Curitiba, Nova York ou Toronto. São casos difíceis de serem solucionados”.
O resultado põe por terra a teoria de que poderia haver lesões ósseas ou algum outro indício físico no cadáver que não tivessem sido apontados na perícia. Em agosto do ano passado, a própria família da vítima, por meio do advogado Luiz Janiszewski, pediu à Justiça a exumação do corpo. O pleito foi negado, mas, dias depois, a 1.ª Vara Criminal de Colombo autorizou o exame a pedido do MP.
Alvo de críticas da família, o laudo de criminalística divulgado naquele mesmo mês de agosto havia apontado que Tayná não tinha sofrido violência sexual antes de ser morta. Isso não queria dizer, entretanto, que ela não tenha sofrido abuso, já que o documento não entrava em hipóteses como ato consensual pouco antes do crime ou mesmo forçado sob ameaça (o que não deixaria rastros de agressão no corpo).
De acordo com funcionários do IML, que não quiseram se identificar, o caso não foi solucionado por falhas na investigação policial. “A garota não foi estuprada e isso ficou claro antes mesmo dos exames. O problema foi que a polícia, desde o princípio, não investigou o caso como ele deveria: um sequestro seguido de morte e não um estupro. Ela ficou dois dias desaparecida antes de ser morta e isso não foi investigado”.
Demora
O inquérito que apura a morte de Tayná já foi prorrogado seis vezes, a última delas no último dia 26, e passou por quatro delegados. Desde setembro de 2013, ele é presidido por Cristiano Quintas, da Delegacia de Homicídios. A reportagem pediu entrevista com o delegado, mas a assessoria da Polícia Civil informou que ele não falaria sobre casos não solucionados.
14 pessoas
Após a localização do corpo de Tayná, em terreno ao lado de onde funcionava um parque de diversões, quatro funcionários do local foram presos por suposto envolvimento com o crime. Na sequên­cia, outros 11 – a maior parte policiais – foram presos acusados de torturarem os suspeitos para que eles confessassem. Todos foram soltos após reviravoltas na investigação que ajudaram a derrubar o então delegado-geral Vinicius Michelotto.
Além da denúncia de tortura, pesou a favor do quarteto o laudo de que o sêmen deles não era compatível com o encontrado na vítima – inclusive em uma contraprova. Com os novos fatos, eles foram soltos e incluídos em um programa de proteção a testemunhas.
Para parentes, os funcionários do parque são os responsáveis pelo crime. Luis Gustavo Janiszewski, advogado da família, defende que a tortura ocorreu após as confissões. “Sem querer defender, mas a tortura foi um castigo pelo crime cometido contra uma adolescente.”

domingo, 6 de abril de 2014

Continuo confiando no Ipea

Continuo confiando tranquilamente no IPEA. São anos de pesquisa para o bem do Brasil. 
Sim, o tal erro foi feio e merece punição aos responsáveis, mas, pelo menos, serviu pra debater o machismo em espaços nunca antes debatidos. 


Um Instituto com a história do IPEA e com tantos pesquisadores sérios não há de ter sua história jogada no lixo pelo erro de um grupo dos servidores.

O que me espanta é que essas agências internacionais de risco dão nota máxima pra banco que quebra na semana seguinte, cujos erros causam desemprego e todas as suas consequências, e não vejo protesto nas redes sociais de indignação e boicote as agências.


Ah, Brasil, seu país com mania de vira-lata.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Os justos te viram as costas


 Foto: Antônio Augusto/Câmara dos Deputados

A irresponsabilidade da defesa da redução da maioridade penal

Sabem porque o PSDB defende a redução da maioridade penal?

Porque eles não conseguem colocar o Estatuto da Criança e do Adolescente em prática. É muito difícil pra o governo tucano - vide o estado do São Paulo - ressocializar crianças e adolescentes em conflito com a Lei. 

Pra eles parece difícil investir em escolas para esses meninos e meninas e garantir que tenham acesso à aulas de cidadania. É mais fácil enfurná-los num depósito no formato cadeia. Sai mais barato e o povo não vê - até porque prefere não enxergar "criminoso".

Nunca vou esquecer que quando José Serra assumiu a Prefeitura de São Paulo, em 2005, ele disse que fecharia os CEUs (Centro de Educação Unificado), que a Marta Suplicy inaugurou em sua gestão (2000-2004) nas periferias de São Paulo. A alegação do tucano era que custava caro mantê-los aberto tanto tempo. 

É claro que custavam caro. Educação de qualidade em tempo integral custa caro mesmo, sabia Serra! Mas isso é que é capaz de mudar o destino de um garoto que cresce num bairro violento. É esse dinheiro caro que é capaz de evitar mais meninos nas Febens e Cajes do Brasil.

É óbvio que a medida mais fácil pra quem não quer mudar os problemas desse país na origem é reduzir a maioridade penal. Aí, transfere o problema pra o Sistema Penitenciário, que, por sua vez, também não ressocializa ninguém enquanto não houver uma profunda reforma no Judiciário, capaz de acelerar o julgamento dos processos que se arrastam por anos.

Querer a solução do problema de crianças e adolescentes é construir creches em quantidade suficiente para atender as mães do país pra que elas não deixem mais seus filhos sozinhos sob influência de qualquer um enquanto trabalham; é parar de cortar investimentos na educação pública só porque "é caro"; é punir os torturadores das unidade socioeducativas; é transformar em crime hediondo a utilização de menor em práticas criminosas; é garantir que garotos e garotas em cumprimento de medidas socioeducativas tenham direito à educação, cursos profissionalizantes e perspectiva de uma vida diferente, evitando a reincidência criminal.

Não quero aqui dizer que outros partidos costumam seguir o ECA com rigor. Não. Não é isso. Mas, pelo menos, ainda não vi nenhum outro ter o cinismo do PSDB de defender com veemência essa alteração na Lei.

Defender a redução da maioridade penal é coisa de quem tem compromisso midiático e imediatista consigo mesmo. Jamais com um país de fato transformado pra melhor.