sexta-feira, 11 de julho de 2014

Sobre saúde mental e nossos julgamentos cotidianos


"Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo."

  Qual ouviu Jesus, nos momentos mais decisivos, ouviremos também desafios à nossa
capacidade de reverter uma situação desfavorárel.

Em vez de apoio, receberemos críticas e seremos alvos de zombaria.
Comumente, as pessoas nos falham nos instantes em que mais delas revelamos necessidade.
Não sejamos assim ou, antes, não tripudiemos sobre as fraquezas do próximo.
Na hora da dor moral, não é a vez de especular sobre as suas causas, procurando culpados.
Sempre que não pudermos auxiliar alguém, silenciemos.
As palavras desafiadoras que os soldados lançaram a Jesus lhe doeram muito mais que os
cravos nas mãos e a coroa de espinhos na fronte...
Os que estimam pisar sobre os que já se encontram caídos, não sabem medir as consequências de seu insano gesto de pretensa superioridade.
A não ser o Mestre Divino, que homem pode dar lições de moral a outro? Quem se sentirá
completamente imune à queda? Qual de nós poderá ter a vida vasculhada?
O ato de socorrer não nos confere o direito de recriminar a quem socorremos.
A caridade em silêncio diz tudo sem necessidade de articular uma só palavra.
Amenizemos o peso do fardo sobre os ombros alheios sem a menor censura à invigilância de quem a transporta, porque, também para nós, chegará o momento em que, mesmo
bem-intencionada, a palavra de recriminação de quem nos auxilia será como receber
um tapa no rosto.

(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A. Baccelli / Inácio Ferreira)

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