Esta semana Abel descobriu que era corno. Pegou Norminha no flagra!
Bom, não importa se você assiste ou não à novela. O que importa é o assunto que trago aqui.
Abel expulsou Norminha de casa. Fez barraco, jogou suas coisas pela janela, chamou a moça de vagabunda, cachorra e outras similaridades. E o povo na praça assistindo e gritando o nome dele, vibrando com aquele macho que defendia a sua honra.
Lembrei de uma outra novela. A Favorita. Nela a mulher do prefeito também dava umas puladinhas de cerca. O dia que ele descobriu bateu nela na pracinha da cidade para que todos que estava ali pudessem conferir que ele estava defendendo a sua macheza.
Nos dois casos, os persongens traídos eram homens corretos. Muito corretos. Homens íntegros, trabalhores, daqueles que toda mãe quer ter como genro. E as mulheres... ah... elas são sempre serelepes e enganam os pobrezinhos. Não podiam ter feito isso com eles... umas safadas!!!
Geeeeeeeeeeente, que é isso????
O pior é que esses cretinos desses autores induzem uma socidade que já machista a pensar isso mesmo. Lembro bem da minha mãe no episódio da mulher do prefeito. Ela vibrava "mulher que não presta tem é que apanhar mesmo". Justo ela, que apanhou do meu pai porque ele era um alcoolatra maluco!
Novelas induzem comportamentos e eu tenho muito medo das mensagens que deixam às vezes.
Se bem que bobagens como machismos não são ditas só em novelas. Recentemente o senador Tapiocou andou criticando a governadora porque esta sai de vez em quando com seus amigos para se divertir. Ela pelo menos vai num barzinho, e ele... que... bom... vocês já sabem, né?
Aí, pra completar, vem aquele colunista Guilherme Augusto, morto de elitista, e publica uma nota com o título "Locomotiva" pra dizer que a mulher estava em um bar de alto nível com amigos em uma sexta-feira. E desde quando é proibido? Me digam? Na época do Jatene, ele dava até canja nos bares!! E todo mundo achava uma atitude descolada... Claro, era homem!! Sem falar no Aécio, pegador de miss e de outras coisas bem mais ilícitas.
É por isso que eu odeio esse papo de Dia Intercional da Mulher. Acho uma palhaçada!!! Eu lá quero dia. Eu quero é respeito todos os dias. Também não gosto desse papo de direitos iguais porque eu nunca vou pagar conta de motel, por exemplo (é contra meu princípios!). Mas quero respeito. Se homem trai e não é escurraçado, porque mulher tem que ser tratada como cadela? Se homem pode ir pra um barzinho de boa, porque mulher que vai é tratada com desrespeito?
Um saco tudo isso!
Um saco!!!!
16 comentários:
As novelas se tornaram um meio de comunicação importante, pena que são mal usados.
Acho que direitos iguais é uma coisa e cavalheirismo é outra, que podem existir mutuamente, se tivessemos uma humanidade civilizada.
Quanto à governadora, acho que se ela trabalhasse poderia sair para se divertir sem ser esculachada, justamente por ser mulher poderia deixar sua marca por aqui.
Adoreio o texto e o blog
E o Jatene trabalhava???
Não Sei. O mundo ja existia quando eu nasci.
AnonYmo
Como eu queria que o Mário Couto fosse o candidato do PSDB ao governo do Estado. Como eu queria...
Beijos.
Como sempre um bom texto, parabéns. Quanto ao episódio Ana Júlia, repudio o Mario Couto e repudio o Guilherme Augusto. Dava "pena" ver o Mario Couto no plenário lendo a nota, quase não acertava falar o nome do bar. Ele deve nem passar pela Benjamim ou não conhecer os bons lugares da cidade, pois quanto ao título locomotiva soube falar e explicar direitinho. Deu pena também ler a "nota explicativa" do Guilherme Augusto. Estes conteúdos de novelas, até que seria uma boa ocasião para que as famílias os discutissem, sempre, nem que seja só um pouquinho, alguma transformação ocorre conosco após uma boa conversa. Mas hoje, conversa em família? Não há mais tempo para isto, estamos todos muito apressados,ultrapassados ou sábios.
Maria Souza
Abri o auditório da empresa, sintonizei a TV Senado, recebi meus convidados (colegas da empresa) e antes da sessão especial da comissão de ciência e tecnologia, eis que tivemos que ver e ouvir o senador Mario Couto usando a Tribuna pra falar, não sei pra quem, dos costumes noturnos da governadora do Pará. Pense num constrangimento.
Jatene tem licença artística, seria desculpa deles
Maria, muito obrigada pelo carinho!
Também concordo com você e com a Mah em relação ao poder das novelas. São um excelente meio de comunicação, sobretudo com as classes C, D e E, mas, nem sempre as reflexões que trazem valem a pena serem discutidas e debatidas em família ou roda de amigos. Ou até valem! Mas para serem duramente criticadas, como nesse caso de homens que sempre acham que podem espancar e humilhar as mulheres em praça pública porque estas o traíram.
E Dulcivânia, na boa, ver Tapiocouto falar é sempre um constrangimento, né?! E sabes o que é pior? O machismo é tão grande que a pobre da mulher quase não sai. Aí, numa semana totalmente atípica resolveu ir ao Cosanostra e uma Casa de Vinhos. Prooooooooonto! O mundo caiu!!!!
Que porra de machismo, rapaz!
Pegar miss nunca foi ilícito. Agora, a governadora tem todo o direito de sair quando e para onde bem quiser e sem dar satisfações da vida particular. Ela tem é que continuar trabalhando, não perder tempo e manter a indiferença com as bobagens desses babões bobões.
Acho que está na hora de repudiar essa mania da Globo de colocar em tudo o que é novela, as mulheres no papel de vilãs histéricas, os negros no papel de pessoas submissas e/ ou caricatas. Quando não, inventam um personagem como o da Dira Paes, apenas para submetê-lo a um julgamento moral perverso, preconceituoso e mesquinho, no qual o personagem (feminino, na maioria das vezes) é, a pedido das pesquisas de opinião da emissora, levado a algum tipo de humilhação. Essa Globo é muito ridícula.
COncordo, Arthur!!!!
E Anônimo 06:08, eu não disse que pegar miss é ilícito, do mesmo jeito que ir num bar com amigos não é. Mas pq criticm a atutude de um e acham bonito a atitude de outro? Sendo que esse outro tem outros hábitos, esses ilícitos, sim???!!!!
COncordo, Arthur!!!!
E Anônimo 06:08, eu não disse que pegar miss é ilícito, do mesmo jeito que ir num bar com amigos não é. Mas pq criticm a atutude de um e acham bonito a atitude de outro? Sendo que esse outro tem outros hábitos, esses ilícitos, sim???!!!!
Como dizia Nelson Rodrigues: não são todas as mulheres que gostam de ser tripudiadas, só as normais.
Segundo Nelson, das 17:38, as normais eram as que gostavam de apanhar.
É isso que tá escrito, desatento das 9h33.
O pior Waleiska é que quem dá essa educação machista são as mães. Claro, com quem o filho passa mais tempo até 12,13 anos? E é também devido a uma crença burra e distorcida que faz acreditar que criar machões diminui as chances de se tornar gay (como se isso fosse uma escolha). Os gays até dizem brincando: não é opção, é falta de opção. Pois é, as mulheres criam homens para maltratarem, humilharem e desvalorizarem outras mulheres quando crescerem. E a cada ano que passa a estatística da violência contra mulher é assustadora.
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