segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Sindicato dos Jornalistas compara repressão da Polícia Militar em Brasília aos piores momentos da ditadura





Monique Renne, do Correio Braziliense
 Em todo o Brasil, houve excessos por parte da Polícia Militar nos protestos de 7 de Setembro. Mas em Brasília o que aconteceu foi um atentado à democracia. Além da polícia ter agredido gratuitamente cidadãos que exerciam seu pleno direito de se manifestar nas ruas, houve ataque direto aos jornalistas que trabalhavam na cobertura dos atos. 



Fábio Braga, da Folha, é atacado pelos cães da PM
Diante da postura truculenta da PM do DF nos protestos de junho, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal já previa que algo do mesmo tom pudesse acontecer e, no dia 04/09 enviou ao Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, uma carta aberta na qual alertava sobre a preocupação da entidade com a segurança dos jornalistas que trabalhariam neste dia 07 de Setembro. Os fatos mostram que o Sindicato foi ignorado. 

Alertas não tem faltado ao Governo do Distrito Federal. Agora o SJPDF vai querer uma CPI da PM e vai ajudar a OAB a fazer um dossiê sobre os crimes cometidos em nome do Estado. Chega de "por que eu quis". 





Carta aberta:Jornalistas repudiam truculência da Polícia Militar do Distrito Federal




A repressão a profissionais de imprensa ocorrida durante a cobertura do dia 7 de setembro remete aos piores momentos da ditadura militar no Brasil. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF, as entidades e os profissionais que lutam pela liberdade de expressão e de imprensa repudiam de forma veemente a ação da Política Militar do Distrito Federal. Nada justifica as agressões, a utilização de gás de pimenta e gás lacrimogênio ou mesmo o uso de cães para coibir diretamente a atividade de jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas. 
O sindicato e a sociedade exigem que seja realizada uma sindicância rigorosa sobre os episódios relatados por vários profissionais. É essencial que os responsáveis diretos pelas agressões sejam punidos, bem como seus superiores que autorizaram esse tipo de ação contra a imprensa e a população em geral. 

A tentativa de coibir a atuação da imprensa por parte de policiais demostra que esses agentes do Estado tem consciência dos abusos que estão cometendo. Parece claro que falta treinamento adequado e sobra sensação de impunidade.


O governo do Distrito Federal também é responsável pelas cenas de violência ocorridas nas últimas manifestações e deve alterar com urgência sua política de segurança pública, não apenas no tratamento com a imprensa, mas com todos os cidadãos e cidadãs que exercem o direito de se manifestar. Esperamos que as empresas de comunicação do DF se manifestem contra as arbitrariedades cometidas pela Polícia Militar, além de oferecer condições adequadas para trabalho em situações de risco. 


Aguardamos também um posicionamento da Câmara Legislativa, Ministério Público e demais instituições responsáveis por zelar pelos direitos humanos. Solicitamos à CLDF a abertura imediata de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os abusos cometidos.  A sociedade brasileira não aceita que a democracia seja manchada com atos de violência policial na capital do país. 


Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal



Carlos Vieira, repórter fotográfico do Correio Braziliense agredido

Ueslei, da Reuters, após ser atacado por um cão da PM


Jornalistas lavam os olhos, após serem atingidos com spray de pimenta



Abaixo, a Carta Aberta enviada pelo Sindicato pedindo cautela da Secretaria de Segurança Pública nos protesto de 07/09




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