quarta-feira, 8 de abril de 2009

Ao anjo

Acredito em anjos. Eu não tenho como duvidar. Eles sempre surgiram na minha vida assumindo várias formas: transvertidos de carona, morador de rua, chefe, vizinho, sogra, namorado.

São esses anjos que fazem da minha vida exatamente o que eu espero dela e, algumas vezes, muito mais do que eu achara possível.

Em janeiro conheci mais um anjo. Ele apareceu no quarto, no intervalo de uma crise de dor, cheio de interesse, perguntas e boa vontade. Durante oito dias não falhou nenhum. Mas mesmo depois do "tchau", ele se manteve interessado, através de telefonemas. Não, ele não ligava pra mim. Ele ligava para os seus amigos, queria que eles me dessem a mesma atenção.

No dia 28/03, nossos destinos se cruzaram no mesmo cenário e ele estava lá, sorrindo pra me receber. Já estava muito claro que não era ele que ia dar a solução definitiva para o meu problema. Não tinha como, pois já ultrapassava a sua esfera. Mesmo assim, ele estava lá, quebrando a cabeça, fazendo contatos e ajudando com suas doses paliativas, mas providenciais, de esperança de que aquela dor ia acabar.

Mas apesar de tanta presteza, foi uma semana depois que ele assumiu realmente a figura do anjo. Como quem advinha o chamado de um socorro, entrou no quarto em meio a mais uma crise aguda. A pior de todas. Doses mais fortes de paliativos e nada. A minha dor parecia dele também. A aflição, os chamados urgentes, a insistência nos exames já feitos, as ligações incessantes. Até que ele conseguiu.

- Lá vai ela. Disse ele sorrindo e me dando uma esperança que a dor indescritível, que já durava 4 horas sem trégua, já tinha me feito esquecer.

Nesse caminho todo encontrei outros anjos que facilitaram o fim daquela tortura. A Dalva, mãe da Ana; meu querido Arthur; a equipe da ambulância da Unimed, chefiada pelo Dr. Nagib; e o Dr. Aloisio Marques, que já se mostrara um anjo anos antes, quando evitou que a minha Super Dalila deixasse de brilhar na minha vida. Mas apesar de todos eles, esse post é pra ele. Talvez sem o comprometimento dele eu não estivesse aqui agora, podendo contar pra vocês a história de mais um anjo que cruzou o meu caminho.

Muito obrigada, Dr. Hamilton Cardoso!
Além de investimentos, equipamentos, hospitais de última geração, acho que a saúde no Brasil precisa de mais médicos realmente preocupados com seus pacientes, que não nos tratem como mais um estorvo no hospital, e sim, como pessoas que precisam realmente de atenção.

2 comentários:

Alcilene Cavalcante disse...

Que bom que vc topou com um desses anjos da medicina. O nosso momento de maior fragilidade é quando estamos doente, com dores então...Infelizmente tenho a impressão que médicos assim são minoria. Te desejo total e breve reestabelecimento

. disse...

É, Alcilene, infelizmente, nem todos são assim...