Sempre fui cheia de certezas. Elas sempre me ajudaram. Certeza de que no próximo natal eu ganharia a sonhada biclicleta; certeza de que o próximo ônibus Distrito Industrial viria menos lotado; certeza de que o porteiro da escola pré-vestibular não perceberia que minha carteira estava sem o carimbo de PAGO; certeza de que passar em Comunicação Social na UFPA seria facilmente possível; certeza de que conseguir emprego sem conhecer ninguém da área era mais possível ainda e que se eu mudasse pra São Paulo pra me especializar mesmo sem dinheiro e emprego as coisas seriam mais possíveis que nunca.
Era tanta certeza que tudo sempre deu certo.
Deu tudo tão certo que durante muito tempo não sabia de onde vinha tanta auto-confiança.
Hoje eu sei: da ignorância.
Tô começando a achar que a ignorância é uma dádiva.
É muito cruel hoje não ter a certeza de que meu salário pagará tudo que eu preciso; que meu corpo não voltará a ser como 10 anos atrás; e outras certezas que outrora eram tão cruciais e que eu as tinha tão facilmente.
Como um personagem do filme Matrix, se eu posso tomar a pílula azul a vida inteira porque tomar a vermelha?
A lucidez deixa as pessoas amargas. Sinto-me lúcida demais para sorrir como antigamente.
Gostaria muito de ter a certeza de que vou ter a minha santa ignorância de volta. Pelo menos nas horas de maior aperreio... como agora.
7 comentários:
Ei, minha querida amiga. Você é especial. Sua inteligência. Suas pernas. Sua boca. Sua chatice, às vezes. Fique tranquila, pois sua ignorância ou sua auto-confiança fazem de você uma pessoa diferenciada, especial mesmo.
Sou seu fã.
Gostei do que escreveu, tornei-me um seguidor de seu blog. Parabéns
"Stay Hungry! Stay Foolish!"
Leia sobre isso neste post antigo, de maio de 2007.
http://blogflanar.blogspot.com/2007/05/steve-jobs-em-stanford.html
Concordo com o anônimo. Leiska, é essa sua certeza que faz você uma pessoa diferente e especial. Agradeça à papai do céu por não ter corrido atrás de emprego "sem conhecer ninguém" e dar de cara na porta. Isso sim é capaz de deixar uma pessoa cheia de incertezas durante a vida toda.
Bjos!
Carlos... sempre presente me sugerindo coisas legais... Obrigada, meu querido!
Lorena, gatíssima, precisamos atualizar esse tricô, né?
Oi, Ivan! Seja bem vindo!
E Rapha, eu não lamentei o curso da minha vida, gatinho. Lamentei apenas a minha lucidez.
Caro, anônimo, obrigada pelas doces palvras! Tô meiga hoje, hehehehee
Beijocas, povo!
Às vezes tb me sinto assim, se bem que de vez em quando cometo umas loucuras altamente saudáveis, sem medo de ser feliz srsrrsrsrsr Abs! Lu.
Ignorance is bliss, sweetheart...
Beijos
Levi
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