segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Toda minha solidariedade aos brothers de Bial


As circunstâncias do meu trabalho se assemelham muito com o reality show Big Brother. Somos quase de 30 profissionais com especialidades distintas, longe de nossas casas, famílias e costumes, “confinados” numa cidade com um único objetivo: eleger um candidato a Prefeito.

Sobre nós, o peso de vencer ou vencer uma eleição. Sobre nós, a carga emocional da distância da família, das diferenças entre os estilos de vida, de trabalho, de pensamento, mas tendo que fazer tudo com prazos curtos, de forma bem feita e dando o resultado esperado pelo nosso futuro Prefeito.

No início é tudo bem legal. Quase todos parecem legais – o “quase” é porque sempre tem uns que de cara são uó – e tudo parece um grande encontro da vitória. As pessoas se importam demais umas com as outras, se abraçam, se beijam, se gostam. Trocam até confidências e juras de amizade eterna.

Mas os dias vão passando e tornando toda a carga inicial ainda mais pesada. As diferenças começam a ficar latentes, máscaras começam a cair. E, se ela não caem, os rotuladores de plantão começam a forjar uma suposta retirada. Um BBB sem rótulos não existe, afinal!

Dois meses depois, os grupos estão formados, paixões foram frustradas, alguns foram eliminados, palavras duras já foram ditas, os julgamentos nas mesas dos bares já foram sentenciados. Há vilões e mocinhos, a depender de quem conta a história. E o desespero pra chegar a grande final é quase enlouquecedor.

Apesar de estar vivendo a minha sexta edição, só em 2000 eu fiquei “confinada” assim. Mas a minha realidade na época era outra. Aos 20 anos, você se submete mais e os desafios têm mais tons de festa. Agrega-se aí o fato de ter arrumado uma paixãozinha na Casa que deixou pelo menos 40, dos meus 60 dias de confinamento, mais divertidos e menos tensos na época.

Nesta edição, eu encontrei uns tesouros que me aturam, escutam meu choro, minhas lamúrias, me abraçam e me afagam. Seria impossível sem eles, mas ainda assim, eu quero mesmo é o colo das minhas filhas, da minha mãe, do meu marido.

Ainda faltam 10 dias para a saída da Casa e até lá, vou precisar de muita luz, sabedoria e paciência. O R$ 1,5 milhão eu já entrei nesse Big Brother sabendo que não ganharia mesmo... 

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