sábado, 12 de novembro de 2011

O mito Nem

É claro que ele não é santo, nem super herói.
Mas quanto mais leio sobre o traficante Nem, preso esta semana no Rio de Janeiro, mais me convenço de que ele é um cara, no mínimo, interessante!
Obviamente isso não tira dele toda a culpa que carrega pelos males que já causou à sociedade.

Recomendo a leitura da matéria de Ruth Aquino, da revista Época:

Meu encontro com Nem

Era sexta-feira 4 de novembro. Cheguei à Rua 2 às 18 horas. Ali fica, num beco, a casa comprada recentemente por Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, por R$ 115 mil. Apenas dez minutos de carro separam minha casa no asfalto do coração da Rocinha. Por meio de contatos na favela com uma igreja que recupera drogados, traficantes e prostitutas, ficara acertado um encontro com Nem. Aos 35 anos, ele era o chefe do tráfico na favela havia seis anos. Era o dono do morro.

Queria entender o homem por trás do mito do “inimigo número um” da cidade. Nem é tratado de “presidente” por quem convive com ele. Temido e cortejado. Às terças-feiras, recebia a comunidade e analisava pedidos e disputas. Sexta era dia de pagamentos. Me disseram que ele dormia de dia e trabalhava à noite – e que é muito ligado à mãe, com quem sai de braços dados, para conversar e beber cerveja. Comprou várias casas nos últimos tempos e havia boatos fortes de que se entregaria em breve.

(...)

UPP “O Rio precisava de um projeto assim. A sociedade tem razão em não suportar bandidos descendo armados do morro para assaltar no asfalto e depois voltar. Aqui na Rocinha não tem roubo de carro, ninguém rouba nada, às vezes uma moto ou outra. Não gosto de ver bandido com um monte de arma pendurada, fantasiado. A UPP é um projeto excelente, mas tem problemas. Imagina os policiais mal remunerados, mesmo os novos, controlando todos os becos de uma favela. Quantos não vão aceitar R$ 100 para ignorar a boca de fumo?”

(...)

Beltrame “Um dos caras mais inteligentes que já vi. Se tivesse mais caras assim, tudo seria melhor. Ele fala o que tem de ser dito. UPP não adianta se for só ocupação policial. Tem de botar ginásios de esporte, escolas, dar oportunidade. Como pode Cuba ter mais medalhas que a gente em Olimpíada? Se um filho de pobre fizesse prova do Enem com a mesma chance de um filho de rico, ele não ia para o tráfico. Ia para a faculdade.”

(...)

Ídolo “Meu ídolo é o Lula. Adoro o Lula. Ele foi quem combateu o crime com mais sucesso. Por causa do PAC da Rocinha. Cinquenta dos meus homens saíram do tráfico para trabalhar nas obras. Sabe quantos voltaram para o crime? Nenhum. Porque viram que tinham trabalho e futuro na construção civil.”

A matéria completa aqui

3 comentários:

Anônimo disse...

Pelo amor de Deus, com tanta coisa boa para se colar nos blogs, voces ficam dando repercusão a esse tipo de pessoa. O que um cara desses tem de interessante para passar para a sociedade. Lamento profundamente a época perder tempo com esse tipo de matéria também.
Vai fazer uma matéria com o Luís Veiga, isso sim.

Anônimo disse...

Esse tipo de matéria, sim, vale repercutir:
Blog SAIBA DAS COISAS, sobre os policiais que recusaram propina do INTERESSANTE Nem.

WALQUER CARNEIRO disse...

O que mais me preocupa nos seres humanos é o maldito pré - conceito, é assim que são criados os facistas reacionários que levam a intolerância social, e me amedronta reações como a leitor que fez o comentário da 20:12 do dia 12.
Gostei da postagem, tanto que a repercuti no meu blog PORTA PRO FUTURO clique no link para acessar.
E a partir de agora também estou seguindo o FALO PORQUE TENHO BOCA