- Oi. Boa noite! Como faço para que esta criança seja atendida?
- Vai ali naquela janela - responde o homem virando o rosto.
- Boa noite, senhora! Estou com uma criança que está com os sintomas da H1N1 há 5 dias. Ele tem ido ao posto todos os dias, mas atendem e o mandam de volta pra casa. Ele está muito pior. Precisa de atendimento.
- Toma aqui a ficha de pediatria e vai ali naquela outra janela preencher a ficha.
"Que alívio. Vai ser rápido." Pensei. Fomos até a segunda janela Waldilene, o pequeno Waldemir - que andava se apoiando em mim - e eu.
- Boa noite, moço! Precisamos do atendimento de um pediatra.
-Diz aí os dados do paciente. - Ele é a terceira pessoa que cumprimento e não me responde.
Waldilene começa a responder. Estava muito nervosa e se atrapalha ao dar algumas informações. O atendente debocha e diz "anda, minha senhora".
Intervenho.
- Calma, moço! Ela está nervosa. O filho está muito doente!
De posse do papel, podemos entrar no hospital. Ao fazer a tentativa, o porteiro me segura pelo braço.
- Ei, ei! Só uma pode entrar.
- Moço é que ela é a mãe e precisa entrar.
- Então a senhora fica aqui.
- Mas é que ela está nervosa e eu gostaria de auxiliá-la. - Na verdade, eu temia pela negligência ali dentro. O Waldemir não estava em condições de lidar com a má vontade de médicos despreparados.
- Mas vai entrar uma ou outra. - disse ele taxativo.
- Queres ir, Wal?
- Não. Vai por mim. Tu sabe fazer as coisas.
Abracei o Waldemir e entrei naquele campo de guerra. Ainda bem que o pequeno estava meio desfalecido e era incapaz de perceber tamanha tragédia que o cercava. Apoiava-se em mim com o resto de força que tinha.
Paramos no caminho.
- Moço, por favor, onde é a pediatria?
- Vai aí, ó - Mais um que responde virando o rosto sem me fazer entender direito que caminho tomar.
Segui reto. Achei um lugar cheio de crianças deitadas em macas no corredor.
Era ali. Encaminhei-me ao posto de enfermagem.
- Oi, boa noite! Aqui está a guia. Ele precisa de atendimento.
- É nesse corredor. – Fala a mulher apontando sabe-se Deus pra onde.
- Qual? - Não havia mais corredor!
- Aí, minha filha! - responde irritada.
Dei uns passos para frente e vi umas salas. Olhei atentamente e vi que três delas estavam vazias e numa quarta, cinco crianças se amontoavam num micro espaço, tomando soro sob os olhos preocupados de suas mães. Voltei ao posto de enfermagem.
- Senhora, desculpa, mas é que não encontrei o lugar onde ele deve ser atendido.
- Menina, tá vendo essas salas ali? Bate lá! Lá tem médico. É lá.
- A senhora não precisa se irritar. Só lhe fiz uma pergunta. Não conheço o lugar e não sei se posso sair invadindo a sala dos médicos.
- Pode! Vai entrando. E eu não tô irritada. Tô falando e parece que não entende... E se não tiver ninguém, bate na última sala. Entra lá e chama.
Respirei fundo e voltei em direção às salas. Fui até a última. Bati e ninguém atendeu. Abri a porta cautelosamente. Minhas mãos tremiam. Não queria irritar mais ninguém e dificultar ainda mais o atendimento da criança. Duas médicas conversavam enquanto tomavam café.
- Opa, desculpa! É que a enfermeira disse que eu poderia bater aqui direto.
- Não, mas não pode. Espera lá fora. - Respondeu rispidamente a mais velha e mais baixinha.
Voltei e fui até uma cadeira. Vi que Waldemir não aguentava mais andar. Sentei o pequeno de seis anos e ele fechou os olhinhos. Estava fraco. Mais fraco do que quando cheguei em sua casa, uma hora antes. Fui visitá-lo porque achei estranho a mãe dele dizer que estava há uma semana levando-o ao Posto de Saúde e que ninguém internava a criança. Fiquei chocada quando o vi deitado na cama de sua pequena casa. Muito magro, amarelo, respirava com dificuldade, mal abria os olhos. Liguei para a minha ex-sogra, pediatra de mão cheia que recomendou que a mãe o levasse a um hospital urgentemente. Os sintomas me faziam desconfiar da tal Gripe A e então fiz uma segunda ligação. Meu amigo Carlos Barretto concordou comigo e deu o mesmo conselho da tia Amira. Óbvio que não pestanejei. Coloquei-o no carro, deixei a Dalila na casa de uma amiga e fui direto para o Pronto Socorro.
Na hora que sentei naquela cadeira, enquanto aguardava as médicas terminarem o bate-papo, dei-me conta da humilhação. Até aquele momento, ninguém tinha respondido a um cumprimento meu. Ninguém tinha dado uma informação com educação. Todos os servidores daquele hospital haviam nos tratado como cachorros sarnentos. Pensei na Waldilene. E se ela estivesse ali? Já estava tão fragilizada com a situação do filho... Pensei nas outras mães que me cercavam... Todas tão humildes e desprovidas de informação sobre seus direitos...
Treze minutos de espera e a médica nos chama.
O consultório é mínimo e a sala não tem cadeira para os pacientes. Nada é feito para que nos sintamos à vontade.
Descrevo os sintomas da criança e a médica trata com desdém e rispidez. Quanto mais grosseria recebo, mais educação e sutileza retribuo. Ela percebe que não está lidando com uma ignorante. Pergunta o que eu sou para o garoto. Respondo que ele é filho da moça que trabalha em minha casa e ela começa a me tratar com educação. Passa dois exames.
Enquanto fomos fazer os exames nos deparamos com as primeiras pessoas educadas daquele hospital. Fiquei feliz, pois percebi que nem todos eram iguais. Waldemir já estava a ponto de desmaiar. Mal deu conta de fazer o raio-x.
Aproveitei e liguei novamente para a tia Amira. Ela pediu que eu tentasse colocá-la ao telefone com a pediatra que atendeu Waldemir. Ia se apresentar como médica do garoto em busca de informações sobre o caso. O plano deu certo. Ao ouvir a voz da Dra. Amira Figueiras, presidente da Sociedade Paraense de Pediatria e médica conhecida e respeitada em toda a America Latina, a pediatra do PSM mudou até o tom da voz. Começou a falar difícil. Disse pra minha ex-sogra ter pedido exames que não havia pedido e eis que tudo começa a mudar no PSM... pelo menos pareceu naquele momento.
Enquanto esperava Waldemir recolher sangue e ser medicado, a situação de uma outra criança me chamou atenção. O garoto, de cerca de 10 anos, gritava dizendo não aguentar a dor. A mãe dele, ao ver que eu agilizei o atendimento do Waldemir, puxou um papo.
- Moça, me ajuda. Meu filho chegou aqui umas cinco da tarde. Ele tá com muita dor. Ele já fez ultrassonografia e deu que ele tem um líquido no abdômen e parece que vai ter que operar. O que a senhora acha que é? Ele tá com muita febre e diarréia.
Na mesma hora pensei em apendicite. Eu já tive e sei a dor insuportável que é.
- Quando vão operá-lo? - Perguntei
- A enfermeira disse que só quando o médico vier.
- E quando é isso?
- Talvez amanhã.
Fui até o posto de enfermagem.
- Licença, moça! Por favor, me tira uma dúvida. Esse menino está com apendicite perfurada, não é? Isso pode matar, não pode? Por que ninguém chama o cirurgião e diz que é uma urgência.
- Ah, mana, porque o cirurgião já veio aqui hoje.
- Mas esse é um caso de urgência. O garoto está berrando.
- Olha, aqui tem três urgências pra ele. – Ela fala exibindo três prontuários - Ele não vai vir. É sexta-feira. É assim mesmo.
Que sensação escrota... Parece que meu "poder de cidadã" foi pro ralo. Pensei no filho da puta do médico curtindo a sexta dele enquanto aquele garoto corria risco de morrer.
- Ah, e tem mais. Esse menino está chorando de tolice. Já estou acostumada. Ele quer ir pra uma cama. Mas já disse que não tem cama. Não tem leito. Ele tem que ficar aqui no corredor mesmo, infelizmente. - Finalizou a enfermeira.
Queria chorar, mas não podia. A mãe do garoto já estava nervosa demais. Restou-me ligar para o meu amigo Carlos Barreto e com ele desabafar toda a minha revolta.
Waldemir começou a tomar o soro. Estava muito desidratado. Tirou sangue para saber, afinal, o que tinha.
Chegamos ao PSM 19h50. Às 22h15, já com as coisas encaminhadas, saí do hospital, permitindo que a mãe tão aflita pudesse ficar ele. Ato que só foi possível porque encontrei uma conhecida na portaria. Ela está trabalhando na supervisão do hospital e autorizou a troca. O porteiro quase me bate quando fiz esse pedido a ele.
Era pouco mais de meia-noite quando Waldilene me ligou dizendo que eles estavam sendo isolados. A pediatra concluiu pelos exames que se tratava de H1N1. Dei um jeito de entrar novamente no hospital e recomeçar meus contatos. Carlos já havia conseguido o leito no Barros Barreto, hospital de referência para aquele caso. O PSM também já havia pedido a remoção. Alívio!
Não! Não era o fim. Cerca de 40 minutos depois, descubro que não foi solicitada para a Central de Leitos da Sesma uma vaga para H1N1, ou seja, aquela vaga do Barros Barreto, nunca seria dele. Solicitaram uma vaga para desidratação. Houve negligência médica. A auxiliar de enfermagem da área de isolamento começa a se empenhar de forma brilhante para tentar resolver a questão. Descobrimos quase meia hora depois que de nada adiantava. A Chefe de Enfermagem da Triagem do PSM, responsável por isso, havia cometido outra negligência: não havia chamado a Vigilância Sanitária! A saída de Waldemir para o Barros Barreto só seria possível depois de autorizada pela Vigilância Sanitária. Enquanto isso... o tempo passava e o risco dele perder o único leito vago lá no hospital referência na doença aumentava.
O Serviço de Vigilância Sanitária é 24 horas. Uma equipe deve ser deslocada imediatamente quando chamada em qualquer caso grave, como o de Gripe A. Foi chamada pouco mais de 2h da madrugada. Apareceu 8h30 da manhã. Vale ressaltar que eles disseram que chegariam uma hora depois do chamado.
Durante essa madrugada no Pronto Socorro Municipal, pude conversar com técnicos de enfermagem, enfermeiros, porteiros, funcionários em geral. Fiquei chocada como eles reconhecem o descaso, a falta de humanização. Eles mesmo sonham com uma mudança. Gostariam de ser tratados com mais educação, carinho e respeito. Falam que gostariam de tratar as pessoas assim também.
Ora, mas então porque não é diferente?
Ali falta estrutura física, é tudo velho, paredes infiltradas. Mas nada, nada é mais chocante e dolorido do que a ferida causada na autoestima de quem já está tão debilitado.
Quanto ao Waldemir, ele está bem! Está sendo tratado com Tamiflu em casa.
Moleque que aos 6 anos se mostrou guerreiro! Não chorou na hora das fortes dores na barriga, na cabeça, no corpo, ou das furadas de agulha. Não chorou nem mesmo na hora que teve que ser separado da mãe na portaria do hospital, para ter garantido o direito de ser atendido com a mínima dignidade.
30 comentários:
Leiska querida, se eu já te achava D +, agora teu conceito foi elevado à máxima potência! Tua generosidade é um exemplo e uma lição de vida. Parabéns pela coragem e determinação. Precisamos multiplicar esse gesto. Quem sabe, assim a sociedade sai de sua apatia e resolve exigir cidadania?
Beijão. Fica com Deus.
Brigada, querida!
Vc também luta por isso que eu sei.
Beijões!
Égua da impotência, pow eu to chorando aqui de raiva desses sem coração da porra!!!
Waleiska, manda esse relato pro Ministério Público. O Federal, não o Estadual. O MP Estadual do Pará não faz muita coisa, se fizesse a situação não era essa. Manda pro Federal.
Isso já não é mais só descaso das Autoridades. É desídia de cada um dos servidores públicos que te atenderam mal naquele PS. E desídia, minha cara, pra servidor público é caso de demissão.
Mau servidor, te falo por experiência própria, dez anos de Corregedoria, só aprende assim.
Querida Blogueira,cidadã ,mãe, amiga..Ainda veremos a cidade de nossos anseios..para a felicidade
sáude e paz de todas as crianças
e de todos que vivem aqui.
Pela perseberança, pela humildade e
pela dedicação , eu lhe admiro de mais!
Parabéns, esse texto deve servir para mudar alguma coisa. Se gasta tanto dinheiro com tanta besteira e os pobres são deixados para morrer à míngua. É doloroso!!!
Deixo estas palavras aqui no lugar do abraço que gostaria de te dar. Vais encontrar um texto meu no Flanar aludindo ao PSM.
Leiska, lei o espisódio ontem, assim que vc postou, porém não consegui escrever nada fiquei passada, indignada, chorando de raiva. Mas já que o sistema não muda os governos que não investem em saude e educação cmo deveriam (e não estou falando em siglas partidárias, pq sabemos que os nossos, pelo menos investem um pouco mais) as mudanças precisam ser intencionadas assim, no material humano. Muita força na peruca amiga!
Viu só como você é incrível!
Desde maio de 2009 eu comecei a aprender muito com vc. Mas, nunca aprendi tanto com vc quanto naquele dia. Noossa! Quanta emoção, quanta admiração.
Show!
Waleiska, parabens duplo! pela atitude no PSM e pela divulgação.
Fantástico teu texto. Parece com o que foi escrito pelo Kafka, as situações completamente sem sentido e sem nexo que bem poderiam existir somente em livros. Infelizmente elas existe. Fantástico o texto!
És candidata em campanha para vereadora nas próximas eleições municipais. Já estás carregando criancinhas. O resto vem depois.
Quem procura um atendimento num hospital público já vai armado pra ser mal atendido, infelizmente.
Muito boa tua inciativa de responder com educação.
Ter que aturar o descaso desses "profissionais" não dá.
Obrigada por todas as palvaras amigas!
Temos todos que nos revoltar contra isso. Denunciar esse abuso!
Pensava na minha filha... E se fosse a minha pequena Dalila...
E Alan, achas que com um texto sem o nome dos funcionários, conseguiria êxito junto ao MPF?
Olá!
Não dá para ler o texto e não te parabenizar pela atitude: Parabéns!
Que este exemplo de respeito e empatia com o próximo, e principalmente de solidariedade, seja amplamente difundido, para que seja cada vez mais imitado.
Um abraço.
Cléoson, obrigada pelo carinho!
Mas a grande questão que precisa ser difundida aqui mesmo é o nível de desrespeito com que se trata as pessoas no PSM. Isso merece repercussão!
Beijos!
Ô babaquinha das 12:55.
Tás com inveja da nossa Waleiska, né?
Vai te catar, vai! E se rasgue toda, de inveja!
This is Leleiskinha!
Leiska,
Esse tipo de situação tem que ser gritada aos 4 ventos. Sinto vergonha de certos exemplares da nossa espécie.
Quanto a ti, sempre fui tua fã.
Beijos
Waleiska, com a data e o horário do atendimento, o MP tem como saber quem foram os plantonistas e servidores (ir)resposáveis pelo atendimento.
O que eu acho que não dá mais pra aguentar, nessas situações, é culpar só as autoridades. Você mesma viu, apesar de todas as carências do PS, não tinha necessidade dos servidores te tratarem com grosseria e descaso.
Mau servidor tem que ser punido também, não tem autoridade de boa vontade que supere a má atuação voluntária do servidor. Digo voluntária porque educação e respeito se aprende em casa, e não através de treinamento.
Elogiar a Waleiska não vou não. Ela fez o que já esperava dela. Mas, xingar o anônimo otário que o Barreto já meteu a mão na cara.
Ô babaca-anônimo, te manca pô. Se tu não tem personalidade para mostrar a cara, sai fora imbecil!
Até porque, vereador, ora, ora, a mana tem cacife é pra ser SENADORA DA REPÚBLICA!!! réréré
Só uma correção no texto.
Não existe ex-sogra. Depois que casa, sogra é um titulo que fica pra sempre.
Isso acontece todos os dias em todos os psm´s públicos...sou pai de uma criança de 2 anos.E aço de tudo paa nao atrasar seu plano de saúde.Inclusive abdicar do meu prõ prio plano,para poder pagar o dele.
Chorei ao ler seu relato,e fico mais revoltado e que sei que os políticos e ´´governantes desse país´´nada vão fazer para isso mudar.Meu pai foi político e sei que todos(não se salva nenhum..)são alimentados por desfalques e desvios do dinheiro do povo.
parabêns!!!e queria saber como faço para ajudar a mudar isso...
Leiska, este é o retrato do nosso Brasil no atendimento público e particular! Tenho uma amiga com câncer e a UNIMED não lhe concedeu tratamento, estando ela muito debilitada e tendo que contar com o apoio dos amigos para processar a empresa aqui no RIO! Esta vivência tem como pano de fundo um cenário que é fruto das nossas escolhas no voto! Graças a Deus tivestes paciência, pois sem ela e muito conhecimento dos direitos que temos o desenrolar disso tudo poderia não ter sido benfazejo.
Moça, depois dessa, só te seguindo!!!
Ótimo relato, melhor ainda a atitude!
bjosss
Nossa, amiga, quanto absurdo, né? É muito revoltante toda essa situação.
Tô chorando aqui, super revoltada e triste.
Faz como o Prof Alan disse, manda isso pro MPF.
Saudades de ti.
Beijos,
Let.
Oi Waleiska, e pensar que situações como esta acontecem todos os dias e não só no PSM. Mas relatos como o teu ainda são poucos. Em menor número ainda as atitudes para evitar e punir tanta negligência. Eis aqui uma boca a mais que te segue.
bjoss
Cara Waleiska,
Seu relato retrata muito bem a situação pela qual passa a saúde pública deste Estado. Sim, digo Estado, pq, por mais que o Brasil, como um todo, tenha problemas na área da saúde, no Pará, tudo é mais intenso, todos os problemas estão acima da média nacional. Idem com relação ao Município de Belém.
Engana-se quem imagina que sofrem apenas os que não contam com plano de saúde. De nada vale a carteirinha da UNIMED para quem precisa de radioterapia para tratar um câncer, por exemplo. A não ser que vá para outro Estado. Ficando em Belém, vai para a mesma fila dos que não têm, no Ophir Loyola.
Trabalho no MPF, como Analista. Mais especificamente, na PRDC, que é a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, e posso te garantir que, desde o último mandato, exercido pela Procuradora da República Ana Karízia Távora Teixeira Nogueira, os procedimentos administrativos que versam sobre irregularidades na área da saúde são nossa prioridade.
Muito se faz, acredite.
O PSM da 14 - assim como praticamente todos os hospitais públicos existentes na Região Metropolitana de Belém - é investigado pelo MPF.
Não quero me aprofundar na questão, embora os procedimentos sejam públicos, mas, fato é que trabalhar nessa área, que visa à implementação de políticas públicas, é tarefa muito difícil.
As ferramentas legais existentes, infelizmente, dificultam, e muito, uma atuação efetiva. Mas, pode acreditar, estuda-se, trabalha-se, luta-se muito, no MPF, para obter vitórias, ainda que pequenas, na implementação desse direito fundamental.
Além dos vários procedimentos administrativos instaurados, existem Ações Civis Públicas (judiciais, em outras palavras) questionando vários serviços de saúde, a exemplo da radioterapia, do SAMU, do tratamento de diabéticos e hipertensos, dentre outras.
Aliás, como se vê, não basta judicializar as demandas. A guerra não termina aí. Luta-se, também, para tirar as decisões judiciais do papel...
Enfim, como vc pode ver, os percalços são enormes. Mas, pode acreditar, gás é o que não nos falta.
Mas, chega de conversa. Fato é que já imprimi o seu relato, para que seja juntado nos autos do procedimento administrativo respectivo. Será feita a análise das providências a serem adotadas.
Desde já esclareço que a investigação de algumas das irregularidades, eventualmente, pode não ser de atribuição do MPF.
Mas isso podemos conversar depois, reservadamente, por meio do e-mail que deixo abaixo, para passar maiores informações.
Abraços e parabéns pelo post e, principalmente, pela conduta.
Rita
rita@prpa.mpf.gov.br
Leiska, é isso ai, Atitude sempre!!!
Sou mãe de uma pequena de 02 anos, e imagino o coração dessa mãe.
Concordo com o Boletim de Pasárgada, das 12:15.
E digo + passei por uma situação muito parecida quando precisei levar minha secretaria a este orgão.
Nossa, como vc foi brilhante, é esse o nosso papel nessa vida.
Precisamos fazer nossa parte p tentar mudar esse sistema + p isso ñ precisamos tratar ninguem mal.
Pq quando eles pegam pessoas menos instruidas e humildes ai q eles deitam e rolam...
Mas olha valeu!!
Eu ja era leitora assidua do teu blog, agora recomendo a todos!!
Forca & Luz qrida.
Impressionante como essas coisas ainda nos chocam, simplesmente pq não deviam mais acontecer...
Chocada como mãe, como cidadã, chocada...
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