segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O retrato do futuro do pretérito

Acabo de ver mais uma série de fotos de jovens famílias no Instagram.
Sorrisos incontidos, energia inacabável, certeza de amor eterno.
Fico emocionada.
Quanto valor tem nessas imagens...
Penso sempre que talvez eles não tenham a dimensão do que significa aquele momento. 
Sempre imagino que eles podem ser imaturos, compulsivos e ansiosos.
Podem ser desmedidos em seus gostos.
De repente, são muito mimados e acham que tudo numa relação deve agradar somente a eles mesmos.
Podem ter desejos incontroláveis e a mania de estar sempre certos.
Podem por tudo a perder.

E aí, eu me entristeço.

Lembro que a vida não é uma bela imagem escolhida para ser postada depois do efeito de um filtro mágico.

Mas, ó, se um dia tiveres a chance de fazer dela exatamente uma imagem congelada, com energia incontida, a certeza do amor inacabável e o sorriso eterno, não joga esse retrato fora, não.

Vais querer olhar pra ele muitas vezes depois. Só que ele não vais estar lá, nem mesmo para servir de cortina de fumaça.



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