A matéria abaixo foi publicada ontem pelo Correio Braziliense.
E aí, vocês se arriscam dizer que há algum paraense apto para ocupar alguma dessas vagas?
Levem em consideração todos os quesitos levatantados pela matéria, inclusive, o de andar bem acompanhado...
Há vagas no alto escalão da Justiça
Marcelo da Fonseca / Belo Horizonte
Se você tem entre 35 e 65 anos, possui
notável saber jurídico, de preferência comprovado por títulos acadêmicos, e uma
reputação ilibada, sem qualquer tipo de mancha na ficha pessoal, 2013 pode
trazer boas surpresas. Com pelo menos 16 postos do alto escalão em aberto,
sendo 7 para os principais órgãos do Poder Judiciário, as canetadas da
presidente Dilma Rousseff devem ser frequentes nos próximos meses. Caso
contrário, vários postos importantes da administração federal e da Justiça
permanecerão desfalcados. Mas, além de integrar o seleto grupo com as
características exigidas constitucionalmente, para a maioria dessas vagas é preciso
também atender a outro requisito: andar bem acompanhado. De preferência, ao
lado de quem tem bom trânsito no Palácio do Planalto ou de integrantes da base
aliada do governo no Congresso.
No Poder Judiciário, além da vaga aberta no Supremo Tribunal
Federal (STF) com a aposentadoria do ministro Ayres Britto, três cargos do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), um no Tribunal Superior do Trabalho (TST) e
outro no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aguardam indicações da
presidente. Com as aposentadorias dos ministros Francisco César Asfor Rocha e
Massami Uyeda, no ano passado, além da nomeação do ministro Teori Zavascki para
o Supremo, o STJ iniciará o ano com essas cadeiras vazias.
Mas a presidente Dilma não parece ter pressa para preencher
as cadeiras vazias. Para o lugar do ministro Hamilton Carvalhido, do STJ,
aposentado em maio de 2011, a substituição demorou um ano e meio para ser
publicada no Diário Oficial da União. Só em novembro do ano passado foi
confirmado o nome do procurador de Justiça do Paraná Sérgio Luiz Kukina para o
cargo. Sabatinado e aprovado pelo Senado, o novo ministro assume no início de
fevereiro.
A bancada de ministro do TST também passou boa parte de 2012
desfalcada, desde a aposentadoria de Horácio Raymundo de Senna Pires, em maio.
Já a composição do CNMP está incompleta por causa de um impasse do Poder
Legislativo. Em julho do ano passado, terminou o mandato do advogado Luiz
Moreira Gomes Júnior, que ocupava a vaga reservada à indicação da Câmara dos
Deputados. O comando da Casa fechou acordo para que ele fosse reconduzido ao
cargo e, em agosto, o nome de Gomes Junior foi aprovado pela Comissão de
Constituição e Justiça(CCJ).
No entanto, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) apresentou
requerimento pedindo adiamento da decisão até que fossem esclarecidas denúncias
contra o conselheiro. O pedido se baseou nas denúncias de que Luiz Moreira
Gomes Junior teria apresentado pedido irregular de registro na Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) no Ceará e usado de forma excessiva diárias em
viagens oficiais. Desde então, o conselho, que tem como principal função
fiscalizar a atuação de todas as instâncias do MP, permanece com uma vaga
aberta.
Sabatinas
Para todas essas as cadeiras vazias, os escolhidos terão que
passar por sabatina na CCJ do Senado e por votação secreta em plenário antes de
serem nomeados. Segundo o presidente da CCJ, senador Eunício Oliveira
(PMDB-CE), as indicações para os cargos do Judiciário devem chegar para
avaliação do grupo a partir da reabertura do Congresso. “Há uma resolução
interna na CCJ que nos permite ler a indicação em uma semana e fazer a sabatina
uma semana depois. Então, no parlamento, não corremos o risco de ter adiamentos
ou atrasos, mas dependemos exclusivamente da presidente (Dilma). Mas ainda não
tivemos indicações sobre as próximas nomeações”, informou Eunício.
“Há dois anos não mandam indicações para cargos estratégicos
da administração pública. Existe hoje um grande gargalo, já que praticamente
todas as agências tem buracos ou é ocupada por interinos. Nesse caso, não tem
como o Congresso se manifestar se as nomeações não acontecerem”, cobrou.
Um comentário:
O pior problema é esse quesito de "andar bem acompanhado". Boas companhias nessa área, no Pará, são quase inexistentes...
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