quinta-feira, 24 de julho de 2014

A disputa é mais profunda

Pela educadora paranaense e diretora do Departamento de Educação da Universidade Federal do Paraná, Andrea Caldas**, em seu perfil no Facebook.


A DISPUTA É MAIS PROFUNDA...
 

A disputa que esta eleição revela não é só a da coragem contra o medo como foi em 2002, nem simplesmente, contra o ódio, como a política de costumes da ultra direita a ultra esquerda, passando pelo marketing oficial, quer fazer parecer.

Embora, os elementos do reacionarismo estejam presentes nos supostos 2% de uma candidatura própria, o que está em questão é a consolidação de um sistema em crise ( a do Capital).

Vivemos uma anunciada contração econômica mundial que começa a respingar no quadro nacional.
 
O que está, fundamentalmente, em jogo, mais uma vez, é a disputa dos Fundos Públicos.
E não nos iludamos, não há simplesmente uma antagonização de candidaturas para a resolução desta crise mas, um investimento interno em cada candidatura "majoritária", com variados potenciais de permeabilidade.


A pressão que a candidatura de Dilma sofreu para retirar do programa de governo a pauta do fim do financiamento privado de campanhas, da Regulação das Comunicações, dos Recursos Públicos exclusivamente para a área pública e não para concessões, convênios e quetais, revela uma estratégia refinada dos grupos do Capital, que controlam economicamente as eleições, para resolver os "seus problemas".

Isto tudo combinado a uma silente criminalização daqueles que ousam manifestar-se e reivindicar, prepara um caldo de cultura para arrochos, repressão e assaltos aos cofres públicos pela ganância dos interesses privados.


Estes são aqueles momentos trágicos da história, nos quais se nos faltar clareza e precisão cirúrgica, seremos arrastados a ser o que não somos.

A crítica aqui, precisa transcender a política de seitas e de guerra de torcidas e recuperar, na história da esquerda, o que é fundamental e o que é secundário, para dentro e para fora.

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** Andrea Caldas é filiada e militante do Partido dos Trabalhadores há anos e, inclusive, fundou, juntamente com outros professores, o Núcleo Universitário do PT no ano passado na UFPR, num belo debate sobre os rumos do partido no Brasil, com a participação do sociólogo Emir Sader.

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