A primeira vez que vi a Maria Julia Coutinho foi em 2002, quando fiz uma espécie de "estágio" de duas semanas na Fundação Padre Anchieta - TV Cultura de SP. Ela era uma promissora estagiária da produção e usava um cabelo trançado. Sempre foi chamada pelos colegas de Maju.
Apesar de ter acabado de me formar, eu já tinha a experiência de dois anos como repórter na TV Cultura do Pará (é... comecei a trabalhar cedo). Lembro bem dela pegando no meu cabelo cacheado que estava solto e dizendo "Seu cabelo deve ficar lindo no vídeo". E eu respondi que eu não poderia usá-lo solto na TV Cultura do Pará porque o diretor da TV não permitia. Ela respondeu "E tem que esconder quem você é?"
Aquilo me marcou e provavelmente ela não tenha noção disso.
Anos depois, quando a vi no SPTV como repórter, lembrei do nosso curto diálogo e do quanto aquilo representava. Não preciso nem dizer, então, quando ela foi para o JN...
Vê-la sofrer um ataque tão escroto, pequeno, baixo e criminoso, feito por racistas na página do Jornal Nacional, é de causar muita revolta. Dói em mim e em qualquer pessoa preta, branca ou amarela que tenha consciência de que "não podemos esconder quem somos" para sermos bem sucedidos.
#SomosTodosMajuCoutinho
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