sexta-feira, 30 de maio de 2014

Há 11 anos, em companhia superior

Quando eu me dirigia para a sala do parto, a única coisa que conseguia pensar era "Deus, abençoa minha filha para que ela faça diferença no mundo com muita generosidade".

Não sei exatamente porquê, mas esse pensamento não saia da minha cabeça. Era quase um mantra. Era como se algo tomasse conta de mim e que eu precisasse mentalizar isso. Era mais forte que eu.

Passados 11 anos, eu tenho muita clareza das razões. 

Uma criança que aos três anos adverte a mãe por não ter cumprimentado o segurança do banco "que plotege nossas vidas"; que aos quatro, já separava voluntariamente seus brinquedos para dividir com quem não tem e que já era capaz de sair de um banheiro público forrando o sanitário preventivamente para caso a mãe da próxima criança não soubesse que fazia mal sentar direto. Uma menina que aos cinco anos fazia orações nas quais pedia "mais adultos na Terra porque tem muitas crianças precisando de amor e cuidado"; que aos seis anos fez um desenho e separou um brinquedo para o garoto que vendia balas no caminho da escola "Eu quero que ele veja que a gente é amigo e quero animar ele"; que aos sete, pegou a mochila nova da escola, tirou tudo de dentro e doou para a filha da empregada, de três anos, quando a viu ir embora pra casa com suas coisinhas em sacolas plásticas e, obviamente, ainda colocou uns brinquedos mais. "Mãe, a senhora me desculpa? Eu fico com a do ano passado". Uma menina que aos nove anos, cheia de vaidade, olha-se no espelho e retira todos os acessórios para "não parecer metida e deixar as crianças sem graça" antes de irmos para atividade assistencial de Natal do Centro Espírita.

A lista é enorme e eu poderia passar horas contando para vocês gestos de altruísmo e generosidade dela. Mas o objetivo não é esse.

Queria apenas dividir com vocês a felicidade que tenho de ter um anjo desse na minha vida. Hoje, entendo perfeitamente todos aqueles pensamentos que vieram à cabeça antes do parto naquele 30 de maio.

Hoje, percebo que foi uma oração. Oração intuída por espíritos superiores, para que auxiliasse no recebimento dela na Terra. Uma alma tão boa, tão disposta à construção coletiva, ao perdão, à doação em prol do outro só pode mesmo ter voltado ao plano terreno nas melhores companhias.

Obrigada, Senhor Deus!

Obrigada, Dalila!

2 comentários:

Renata disse...

=') Que lindo Waleyska, vc tem um cristalzinho em casa...um belo exemplo para todos nós, com certeza! Bjs, Renata Trindade

Renata disse...

=') Que lindo Waleyska, vc tem um cristalzinho em casa...um belo exemplo para todos nós, com certeza! Bjs, Renata Trindade