Dalila escuta minha conversa ao telefone e assim que
desligo, ela pergunta:
- Mãe, o que é esse conselho aí de justiça onde a senhora tá trabalhando?- O nome é Conselho Nacional de Justiça. Serve pra aperfeiçoar o trabalho do sistema judiciário brasileiro. Mas é um troço muito complexo. Acho que não vais entender direito.
- Mas como assim? Quem é seu chefe?
- Bom, tenho vários chefes, mas o meu chefe maior é o presidente do CNJ, o Ministro Joaquim Barbosa, que o presidente do STF.
- É aquele negro, que usa aquela capa preta? – pergunta com olhos arregalados.
- Esse mesmo.
- Égua, mãe! A senhora trabalha com o meu ídolo! – Fala sorridente e saltitante.
- Teu ídolo? Eu não sabia disso.
- Claro! Ele não é aquele cara que ajudou a prender um monte de político ladrão? Mãe, eu sou muito fã dele. Égua, a senhora não sabe como! Por favor, pede um autógrafo dele pra mim? – Fala toda eufórica.
Ainda meio surpresa, respondi:
- Dalila, bom, er... eu estou integrando a equipe de
comunicação, mas nem chego perto dele. Acho quase impossível conseguir isso.- Ah, mãe, por favor!
- Tá, vou ver! – Falei titubeante, pensando no mico que eu pagaria pra tentar isso, mas, por outro lado, orgulhosa do tipo de ídolo que a minha menina tem. Porque convenhamos que, independentemente de questões ideológicas, ela despertar para isso ainda na infância com tantos outros ídolos pipocando entre as amigas é algo de que devo me orgulhar, sim!
Vendo minha pouca segurança a respeito, ela me deu outra
missão:
- Mãe, entrega uma cartinha minha pra ele? Por favor!- Tá, isso eu dou um jeito.
- Sabe, mãe, quando eu vejo ele na TV, falando daquele jeito das pessoas criminosas, eu acho muito legal. Eu sou muito fã dele. Um dia eu vou ser assim, uma advogada bem famosona. Vou aparecer na TV e tudo, a super advogada Dalila Figueiras – Diz ela cheia de caras e bocas.
Eu ri e retruquei:
- Só espero que não seja defendendo bandido.- Claro que não. Vou ser advogada de direitos humanos, lembra? – Respondeu se jogando na cama, levando o dedinho à boca e fechando os olhinhos.
Fiquei ali, olhando pra ela com cara de boba, cheia de
orgulho, perdida em pensamentos e agradecimentos a Deus, até que ela
interrompeu meus devaneios, tirando o polegar da boca.
- Mãe, vou fazer a cartinha pra ele. Não esquece de entregar!- Tá bom!
Ah, minha Dalila, aos 9 anos cada vez mais Super...
2 comentários:
olha o tempo formando sua menina.
de lembranças a ela e pra ti e pra todos tudo de bom
BIG
Tá vendo, Big?
Orgulho!
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