O relato abaixo é da jornalista é Tamires Figueiredo, no grupo Jornalistas-Belém, do facebook.
Penso que o mais assustador nem é um juiz, como esse aí, defender uma arbitrariedade dessa, e sim, o fato dele encontrar abrigo e espaço para defender e reverberar sua tese numa revista de magistrados.
Grave.
Durante o Congresso Brasileiro de Magistrados, peguei a Revista da Escola Nacional de Magistratura para ler, elaborada pela Associação dos Magistrados Brasileiros, entidade que frisou a todo o momento a luta pelos direitos da categoria, inclusive, por melhores remunerações. Uma das teses publicadas, de autoria de José Luiz Leal Vieira, fala sobre “Assessorias de Imprensa às Unidades Judiciárias”. No texto, o juiz afirma que “uma assessoria de imprensa qualificada constitui um valioso instrumento de aproximação do Judiciário junto a sociedade. Em face das dificuldades orçamentárias sempre presentes nas diversas esferas do Judiciário brasileiro, a inviabilizar a contratação de profissionais, a tese proposta é a de que os tribunais estabeleçam convênios com faculdades de jornalismo e relações públicas, permitindo a contratação de estagiários desses cursos que, com acompanhamento de um professor responsável, exerçam a atividade de assessoria de imprensa de todas as unidades judiciárias”. O que questiono é: o Judiciário não tem verba para contratar jornalistas e RPs, mas o tem para aumentar o salário de um magistrado? Mais ainda: é viável e ético substituir o profissional por estudantes simplesmente porque é mais barato? Isso não seria explorar os estagiários?
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