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As obras da usina hidrelétrica Belo Monte foram retomadas nesta terça-feira (28) depois que o Supremo Tribunal Federal liberou as atividades de construção, em liminar concedida na noite de segunda-feira. A Norte Energia avalia que ainda não houve impacto no cronograma da obra, mas ainda depende de autorizações para realizar escavações e não perder o período de menos chuvas na região.
Pelo menos entre 80 a 90 por cento dos trabalhadores chegaram às unidades de obras nesta manhã, segundo o Consórcio Construtor Belo Monte, que coordena as obras civis. Atualmente cerca de 13 mil trabalhadores atuam nas obras.
As atividades na usina estavam suspensas desde o dia 23, depois que a Norte Energia, empresa responsável pela hidrelétrica no rio Xingu, foi notificada de decisão do Tribunal Regional Federal da 1a Região. O tribunal havia determinado a paralisação das obras ao entender que o Congresso Nacional não realizou consulta prévia às comunidades indígenas antes de aprovar o projeto da usina.
Com a autorização para retomar as obras, a Norte Energia aguarda agora as permissões do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) para realizar escavações no canteiro Sítio Pimental em tempo de não perder o período seco na região.
"Nessa época que não chove lá, um dia parado é uma perda enorme. Temos que correr para tirar o atraso", disse o diretor de Construção da Norte Energia, Antônio Kelson Filho, à Reuters, nesta terça-feira. Ele acrescentou, no entanto, que o cronograma das obras está mantido, com previsão de entrada em operação da usina em fevereiro de 2015.
"Não teve nenhum impacto no cronograma, não", disse ele ao afirmar que a empresa teve uma despesa de 12 milhões de reais por dia em que a obra ficou parada. Esse valor se refere aos custos para manter os trabalhadores, remoção e realocação de equipamentos, entre outros.
Kelson disse ainda que espera que Funai e Ibama liberem a autorização para as escavações da casa de força e do vertedouro no sítio Pimental ainda nesta semana, para não perder a janela hidrológica na região.
"O que temos que atacar agora com muito afinco são as escavações da casa de força e do vertedouro no sítio Pimental... Estamos aguardando a autorização do Ibama e da Funai. Esperamos que saia nesta semana", disse.
A usina hidrelétrica Belo Monte está sendo construída no rio Xingu, no Pará, e terá 11,2 mil megawatts (MW) quando concluída. A usina é alvo de protestos de indígenas, grupos sócio-ambientais e Ministério Público, diante dos impactos que causará na região onde está sendo construída, e já foi paralisada por greves e manifestações dos índios neste ano.
Entre os acionistas da Norte Energia, estão Eletrobras e suas subsidiárias (49,9 por cento), Neoenergia (10 por cento), Cemig e Light (9,77 por cento), além de fundos de previdência Petros (10 por cento) e Funcef (5 por cento).
(Por Anna Flávia Rochas)
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