Criar um filho não é tarefa fácil.
E a dificuldade não está nas noites mal dormidas, nos gastos ou nas tarefas nem sempre prazerosas que a maternidade requer.O maior desafio é apresentar o mundo para uma pessoinha de forma que ela veja sabor na vida sem deixar de enxergar as necessidades dos outros, sem deixar de se indignar com injustiças, sem ser inerte diante das transformações sociais. Orientar a formação de um cidadão, permitindo que ele tenha liberdade e senso crítico para fazer suas próprias escolhas de forma consciente.
Ufa!
(E essa responsabilidade dobra quando 70% a criação desse ser está nas suas mãos. Ser "mãe solteira" impõe a nós, mulheres, uma cobrança ainda maior. A sociedade cobra, mas nos cobramos ainda mais.)
Lembro com detalhes da oração que fiz à caminho da sala de parto, quando pari a minha primeira filha, há mais de 12 anos. "Que essa menina faça diferença no mundo para o bem coletivo". Era um mantra. Repeti muitas vezes. E não só naquele 30 de maio. Venho fazendo isso ao longo de toda a vida da Dalila.
No último domingo, ela foi ao ato pela cassação deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara Federal, em Belém. A ida foi uma iniciativa dela, obviamente, muito apoiada por mim e pelo pai. Uma amiga querida que também iria com as filhas encarregou-se de levá-la.
Quando li o relato dela nas redes sociais, só conseguia repetir pra mim "Obrigada, meu Deus!". A tarefa de ser mãe está dando certo.
Relato da Dalila
Tenho 12 anos e hoje fui ao meu primeiro protesto.
Assim que cheguei lá, minha primeira reação foi analisar todas as pessoas, (principalmente mulheres), que estavam lá. Difícil colocar todos em uma só "categoria", porém, todas as vezes que cantava as musiquinhas eu me lembrava que todos estavam lá por uma só causa. A liberdade. Uma palavra tão simples de ser dita mas tão difícil de ser conquistada. Estavam lá pela vida. Porque do que adianta viver sem liberdade?
Fiquei MUITO feliz de ter estado lá e sentir a sensação de pelo menos ter tentado lutar. Todas as pessoas tinham que uma vez na vida ter essa sensação de ajudar com um pequeno esforço a mudar milhares de vidas.
Alguns dizem que foi em vão, mas só pelo fato de poder mostrar que tem pessoas que ainda se importam com a causa, já valeu a pena.
#ForaCunha
#NãoMeCalo
Dalila carregando a faixa de abertura do ato Fora Cunha, em Belém |
A felicidade pós-ato, com a família da Marcinha, que a levou para o ato |
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