quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Em 2013, foram registrados aproximadamente R$ 145 milhões em recolhimentos do FGTS a trabalhadores domésticos

Empregadores domésticos poderão gerar guia simplificada de recolhimento do Fundo de Garantia pela internet

A Caixa Econômica Federal disponibilizou, para os empregadores domésticos, um novo serviço eletrônico de geração da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia Tempo de Serviço (FGTS), o GRF Web Doméstico. A ferramenta vai facilitar os procedimentos para recolhimento do Fundo a trabalhadores domésticos que, agora, pode ser feito pela internet.

No preenchimento da guia, o empregador informa o Cadastro Específico do INSS (CEI) e os dados cadastrais dos trabalhadores. O documento já sai com código de barras, pronto para recolhimento em qualquer canal disponível pela rede bancária. O acesso ao novo serviço pode ser realizado pelo endereço www.esocial.gov.br, bastando selecionar a opção Guia FGTS, disponível no lado esquerda da página.

O gerente nacional de FGTS da CAIXA, Henrique José Santana, destaca que essa é mais uma opção para o empregador que optar por recolher o FGTS dos trabalhadores domésticos, por meio de um acesso livre e gratuito, disponível na internet. “A ferramenta foi elaborada atendendo sugestões recebidas dos usuários. Ela tem um preenchimento simplificado e intuitivo, de modo a obter facilmente a emissão de guia de recolhimento do FGTS”, explica.

O novo portal calcula o valor do depósito, inclusive para recolhimento em atraso, e gera a guia do FGTS com código de barras. Outra facilidade do novo serviço é que, após o primeiro recolhimento, as informações serão armazenadas no sistema, o que possibilitará a geração das próxima guias mensais com a simples inclusão da inscrição CEI do empregador doméstico e a validação dos dados demonstrados pelo aplicativo.

Atualmente, mais de 170 mil empregados domésticos recebem depósitos mensais em suas contas do FGTS, por liberalidade dos seus empregadores. No ano de 2013, foram registrados aproximadamente R$ 145 milhões em recolhimentos do FGTS a trabalhadores domésticos. “A expectativa da CAIXA é que, com essas novas facilidades, esse número possa aumentar gradativamente”, comenta Santana.

Para orientar os empregadores domésticos, quanto à melhor navegação e preenchimento dos dados do novo serviço, a CAIXA elaborou e disponibilizou uma cartilha eletrônica no site www.caixa.gov.br , opção Downloads (FGTS – Empregador Doméstico). Nessa cartilha (tutorial), foram inseridas, inclusive, informações de como o empregador doméstico pode obter uma inscrição CEI.

A Emenda Constitucional nº 72/2013, que amplia os direitos dos trabalhadores domésticos, dentre eles a obrigatoriedade de recolhimento do FGTS, encontra-se em fase de apreciação pelo Congresso Nacional. Até a regulamentação dessa Emenda, o recolhimento do FGTS, pelo empregador doméstico, continua facultativo.

Texto: CEF

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

E se eu te disser que o primeiro baijo gay da teledramartugia brasileira já aconteceu? E foi na Globo!

Tenho a impressão de que o primeiro beijo gay da televisão brasileira já aconteceu.

E aconteceu da forma mais linda e poética que poderia ter acontecido.
Não teve toque de lábios, nem troca de salivas, como todos esperavam.

Teve muito mais que isso. Teve química perfeita.
Teve olhar apaixonado, troca de carinhos, cumplicidade e o amor que vai muito além do mero desejo carnal.


Quando Walcyr Carrasco teve a brilhante ideia de juntar o vilão Félix ao bom moço Niko, na novela Amor à Vida, talvez não imaginasse que Matheus Solano e Thiago Fragoso formariam um dos mais belos pares da história da televisão brasileira, capaz de causar repulsa nos homofóbicos, mas de fazer muita gente enxergar que o amor entre homossexuais acontece exatamente como entre os heterossexuais. Simplesmente flui.

Flui com admiração, vontade de estar perto, de cuidar, de ouvir e ser ouvido, de fazer parte do projeto de vida do outro.

Não precisa da ansiedade do toque da pele.

Gays não se “alimentam” apenas de sexo, como querem fazer parecer os Felicianos da vida.

A cena de ontem (27), quando Félix e o “Carneirinho” trocaram juras de cumplicidade eterna me emocionou bastante. Que entrega...

E aí, me peguei pensando será que o tão esperando beijo gay da televisão brasileira já não se tornou dispensável?

Não que o beijo na boca de verdade não deva ocorrer. Não é isso. É que, na minha opinião, tudo isso que falei é tão mais valioso para expressar que SIM existe outra forma de amar além dessa tradicional que muitos de nós aprendemos em nossas famílias, igrejas e até escolas, que Walcyr já deixou uma bela lição com história desse casal.

A troca entre Félix e Carneirinho está valendo mais, muito mais.

Obrigada Walcyr, Thiago e Matheus.

E viva a tolerância!








sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Homessexualidade: doença e subdesenvolvimento




O texto abaixo é de autoria do produtor cultural paraense Sérgio Oliveira.


Homessexualidade: doença e subdesenvolvimento

Adroaldo Marly Streck , é um advogado, jornalista e político gaúcho, sendo ex-Deputado Federal do Rio Grande do Sul nas legislaturas de 1987-1991 da Assembleia Constituinte, 1991-1995, 1995-1999, 1999-2003 e 2003-2007. No dia 23/01/2014, Streck causou indignação em vários leitores do Jornal O Sul ao criticar o destaque que a TV Globo vinha dando a personagens homossexuais na novela Amor a Vida. Em sua coluna Streck chegou a dizer que o homossexualismo (sic) é uma doença. Atrelou a isso, o subdesenvolvimento nacional por aceitar um amor gay na novela das oito. Que tal? O pior, fez parecer que a homossexualidade é doença contagiosa, viral, que não pode ser exposta sob pena do contágio universal. Tá pra ti?

Não. A comunidade médica é unânime ao afirmar que nenhuma orientação sexual é doença. Em 1973, a Associação Americana de Psiquiatria retirou a palavra da lista de transtornos mentais ou emocionais e a decisão foi seguida por todas as entidades de psicologia e psiquiatria no mundo. É preciso acabar com essa visão ignorante, preconceituosa e discriminatória que sobrevive em todos os cantos da terra! Sobrevive aqui, ao nosso lado e em cada esquina.

Não, o amor entre seres iguais NÃO É DOENÇA e o PRECONCEITO É CRIME!

Você sabe a quantidade de crueldades já sofridas pelos homossexuais ao longo dos tempos?

Forca
Nas colônias protestantes dos EUA, no século 17, a sociedade era tão puritana que esse era o destino de quem cometesse “atos indecentes”.

Prisão
Na Inglaterra, em 1895, Oscar Wilde foi condenado a ficar dois anos preso por seus relacionamentos “antinaturais”.

Hipnose
No fim do século 19, tomou força a teoria de que a homossexualidade era uma doença mental, e deveria ser tratada. Em 1899, um certo Dr. John D. Quackenbos tratava com hipnose não só a homossexualidade como a ninfomania e a masturbação.

Castração
Em 1898, o Instituto Kansas de Doenças Mentais castrou 48 meninos. Certos pacientes buscavam voluntariamente a cirurgia de extração de testículos, acreditando que isso curaria seu desejo sexual.

Choques
Em 1937, em Atlanta, médicos prometiam que seus pacientes desistiriam do “vício” depois de dez sessões de eletrochoques.

Aversão
Nos anos 50, na Checoslováquia, pacientes tomavam uma droga indutora de vômito e eram obrigados a ver cenas de homens nus. Depois, recebiam um injeção de testosterona e eram expostos a imagens de mulheres nuas.

Lobotomia
O tratamento foi usado no começo do século 20, até que, em 1959, um relatório do Hospital Estadual Pilgrim, em Nova York, avaliou 100 casos e concluiu que os pacientes continuavam homossexuais.

Você sabe o que ainda está acontecendo?

Assassinatos. Hoje, em 2014, um LGBT é violentamente assassinado a cada 26 horas no Brasil.

Essa violência ficou fora do controle do governo federal e dos governos estaduais. É preciso que haja uma lei que equipare a homofobia ao racismo, urgente, e que coloque na cadeia pessoas que defendam idéias semelhantes à desse Adroaldo.

NÃO, O AMOR ENTRE OS IGUAIS NÃO É DOENÇA e PRECONCEITO É CRIME!

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Redes sociais também servem para formar público

Ontem, a Luciana, que trabalha em casa, me perguntou se eu já tinha visto um vídeo sobre o qual estava todo mundo falando, de um tal de Diogo Mainardi. 

Ela usou essa expressão "Cara, vi no facebook. É muito maneiro a mulher põe ele no lugar dele. O cara mora lá na Europa e vem dizer que aqui no Brasil só tem caloteiro. Vá se catar. Ela falou que ia provar que aqui tá todo mundo pagando suas dívidas". 

Deu pra entender a importância de repercutir aquele vídeo nas redes sociais? 


O povo pouco assiste à Globo News, ainda mais tarde da noite num domingo, mas muito vê o que se posta no facebook.

Desmoralizar um homem como Mainardi que torce contra o Brasil e se orgulha de ter deixado o país e esses brasileiros para trás me soa até como dever militante na comunicação.


Ninguém quer transformar Luiza Trajano em ídolo nacional. Até porque ela não tem mérito algum pra isso, o nome dela pouco é lembrado no episódio e daqui a duas semanas o papel dela será esquecido no fato. Mas Mainardi tem espaço semanal na mídia tradicial para continuar com seus ataques aos movimentos sociais e toda e qualquer medida que seja benéfica aos mais carentes deste país.

Quero muito crer que uma pessoa como a Luciana não vai acreditar nele numa segunda vez que o vir falando. Pode ser que sim, mas a possibilidade diminui.

Isso é formação de público. Precisamos continuar fazendo isso. É dever nosso.




PS:  E também é dever de todo cidadão de bem boicotar uma loja como o Magazine Luiza, que aumenta seus lucros em cima de direitos trabalhistas não pagos devidamente. Uma coisa não justifica a outra, tá!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Relembrando FHC

Pra gente nunca esquecer como eram tratados os trabalhadores que exigiam seus direitos nessa época...

Matéria disponível no perfil de @RodP13, no twitter.






domingo, 19 de janeiro de 2014

Por trás da super capa...

Não existe Super Mulher que não sonhe, pelo menos um dia, em ser apenas uma menina que só quer afago, proteção e compreensão.

Sobre relações sexuais

"O uso respeitável dos patrimônios da vida, a união enobrecedora e a aproximação digna constituem o programa de elevação. É, portanto, indispensável distinguir entre harmonia e desequilíbio, evitando o estacionamento em desfiladeiros fatais."

(Espírito Alexandre em Missionários de Luz)

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A nova Paulista: Estou pronta pra dar um "rolezinho"

Ontem, eu fiquei completamente estarrecida ao ver um amigo muito querido e super do bem, defendendo "porrada nesses vagabundos dos rolezinhos". Ao debater com ele, vi vários amigos dele com os mesmos argumentos separatistas.

Fiquei chocada pela forma cega como eles defendiam a violência contra pobres, mesmo sem se dar conta de que era isso que estavam fazendo ao defender "porrada nos jovens dos rolezinhos".

Mas, hoje, ao ver a enxurrada de gente indignada como eu com essa tentativa de apartheid brasileiro, meu coração se encheu de esperança novamente. Não podemos mesmo nos calar diante de um absurdo desse. Como bem disse meu amigo Marcus Lopes, "O shopping sempre foi a anti-cidade, o Forte Apache daqueles que não suportam a mistura e amam o seu mundinho de fantasia com temperatura ambiente de 23°C. Há décadas as ruas comerciais e os parques cederam lugar para esses espaços encaixotados e encantados que vendem um mundo de ilusão e seguro.tomar o shopping significa tomar o templo seguro, a Bastilha da classe média que, agora sim, ficará apavorada."

E se os shoppings virarem a nova Paulista como profetiza o colunista da Folha de S. Paulo Fábio Zanini, nunca terei gostado tanto de um... Estou pronta pra dar um "rolezinho".



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13/01/2014 - 03h00

Fábio Zanini: A nova Paulista


SÃO PAULO - Fui muitas vezes a Johannesburgo, na África do Sul, uma cidade viciada em shopping centers. São enormes, com escritórios, restaurantes e boates acoplados, onde o sujeito trabalha, come, diverte-se e até demonstra seu patriotismo. Na recente morte de Nelson Mandela, uma das maiores concentrações de buquês de flores formou-se aos pés de uma estátua dele no principal shopping da cidade.

Johannesburgo é uma cidade degradada, assim como São Paulo, outra que gosta muito de shoppings, embora não seja tão obcecada por eles como a metrópole sul-africana.
Quando as ruas e praças são feias e perigosas, são substituídas por esses locais fechados, onde há ao menos uma sensação de conforto e segurança. Não por acaso, supershoppings são raros na Europa.

Shoppings quebram as barreiras do que é público e privado. São ao mesmo tempo as duas coisas. Vem daí a dificuldade de lidar com os "rolezinhos", essa nova maneira de protestar de jovens que ontem descambou para seu primeiro episódio de violência, em Itaquera.
Estará procurando encrenca o dono de um desses estabelecimentos que tentar blindar a entrada com base no direito à propriedade privada. A lei pode até ampará-lo, mas a realidade, não. É impossível isolar espaços que hoje são parte da vida da cidade.

A foto de um PM tentando dar um golpe de cassetete num jovem, na capa da Folha de ontem, traz lembrança imediata de outra bem parecida, da edição de 14 de junho do ano passado, em que um policial desce borrachada num casal na avenida Paulista.
Naquele momento, a imagem agressiva ajudou a dar gás aos protestos de junho. O mesmo pode acontecer agora. Para a turma dos "rolezinhos", os shoppings são a nova Paulista.
Pelo menos na avenida, após anos de manifestações, as autoridades sabem um pouco o que esperar. Desta vez, ninguém tem ideia de como agir.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Quando o pobre invade o limite que lhe foi dado, é caso de Polícia

Quando as UPPs surgiram no Rio de Janeiro, com a promessa de pacificar as favelas, virou moda entre gringos e ricos, fazer grupos de visitas às favelas. Todos curiosos para conhecer aquele mundo desconhecido, vendido pela Globo como, apesar de muito violento, cheio de gente feliz, mulher gostosa e que vive fazendo festa na laje. Reportagens na imprensa davam conta de que todos eram sempre muito bem recebidos lá nos morros. Os "favelados" tinham orgulho de mostrar como era seu habitat.

Pena que quando o comboio é inverso, a recepeção é feita com porrada e spray de pimenta. 


Desde o ano passado, jovens pobres de São Paulo começaram a achar que poderiam conhecer pessoalmente os bonitos shoppings que invadem suas casas por meio da TVs compradas a prestação, e também passaram a organizar seus comboios. Pelas redes sociais, começaram a marcar os "rolezinhos", encontros coletivos de moleques da periferia para passear em shoppings centers. 


O que eles não esperavam é que a ousadia de invadir o espaço da classe média fosse dar em polícia, porrada e decisão da Justiça precavidamente, impedindo-os de entrar em alguns shopping da cidade.

Apartheid velado, mas já nem tão mais velado assim.

Porque rico invadir espaço de pobre quando quiser pode, mas pobre não pode incomodar a classe média, acomodada em seu pequeno luxo. Mesmo que o incômodo seja só "Ei, a gente existe e também quer vir aqui". Na matéria da Folha de S. Paulo que segue abaixo (e olhem que foi a Folha(!), a própria assessoria de imprensa do shopping admite que não houve qualquer registro de dano, furto ou roubo no local. Ou seja, crime mesmo, só os que vitimizaram os jovens.

E o que temos com isso?

Na minha timeline nas redes sociais, vi apenas um amigo se manifestando com algo como "Tem mesmo é que baixar a porrada". Mas, com o teor do comentário de Junior, em sua página vieram outros amigos dele, que se manifestaram da mesma forma, com frases como "Tem que dar porrada mesmo nesses vagabundos", "Tem é que levar porrada da PM pra aprender, já que em casa não aprende" e "Se querem passear, porque não vão ao museu ou parques?".

Fiquei completamente estarrecida. Será que é muito difícil das pessoas entenderem que os garotos não cometeram crime algum? Tanto que a própria assessoria de imprensa do Shopping emitiu nota na qual diz isso.

Sobre o argumento de que "Se querem passear, porque não vão ao museu ou parques?". Simples. Cultura de massa. Já ouviram falar? Pois é. Ora, se eles escutam falar em shoppings e coisas do tipo, porque mesmo vão passear na Pinacoteca? Fala sério! Se quem sabe a importância de um museu, não faz, imagine um adolescente da periferia... 

Esse fenômeno dos rolezinhos realmente merece atenção do Poder Público. Mas não é de forma coercitiva, não é com "porrada" da Polícia. 

Esses meninos precisam de educação e coisa para fazer em seus próprios bairros. Acredito que se eles tivessem cinema, teatro, esportes, certamente, não estariam ociosos assim. E, na boa, entre estarem em rolezinhos ou, usando drogas nas periferias, é melhor que estejam nos rolezinhos. 

Projetos comos os CEUS, que a Marta implantou no ínicio dos anos 2000, levava essa molecada para as escolas aos finais de semana. Putz, que massa! É isso que tem que acontecer. Estimulá-los a fazer coisas boas e produtivas. A violência eles já conhecem. Nos bairros onde moram tem violência de sobra. Conhecer o encanto dos shoppings também passa por se distanciar desse mundo cão deles. 

Definitivamente, isso não é um caso de polícia. É tudo, menos de polícia.
E repito: eles não cometeram nenhum crime, além o de invadir o cômodo espaço de quem faz questão de fazer de conta que essa triste realidade não existe.

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PM usa bombas e bala de borracha em 'rolezinho' em SP; dois são detidos


ANA KREPP
FELIPE SOUZA
DE SÃO PAULO
11/01/2104, às 20h05 / Atualizado às 21h34.
A Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral, além de balas de borracha, contra um grupo de jovens que participava de um encontro conhecido como "rolezinho" em São Paulo. O confronto ocorreu no início da noite deste sábado (11), em frente ao shopping Itaquera, na zona leste da cidade.

Segundo a Polícia Militar, cerca de mil pessoas participaram do encontro marcado por meio de redes sociais, enquanto o shopping estima que 3.000 jovens estavam no encontro. Uma funcionária de um restaurante do local desmaiou e foi retirada de maca. Não há informações sobre o estado de saúde dela.

Duas pessoas foram detidas e encaminhadas a uma delegacia da região. A PM informou que eles participaram de depredações a lojas do terminal de ônibus Itaquera.
A assessoria de imprensa do centro comercial informou que não houve ocorrência de furtos ou roubos. Os lojistas, porém, tiveram que abaixar as portas durante cerca de uma hora.

Ao menos seis shoppings de São Paulo conseguiram uma liminar na Justiça para impedir os encontros de jovens conhecidos como "rolezinhos". Em São Paulo, os shoppings JK Iguatemi, Itaquera e Campo Limpo foram beneficiados pela decisão temporária.
Mesmo assim, os jovens entraram no shopping e começaram a cantar e andar em grupos. Policiais militares aplicaram golpes de cassetete em alguns deles e retirou os jovens do local. Na rampa que liga o centro de compras ao metrô, os policiais usaram bombas e balas de borracha para dispersar o grupo.

O shopping foi fechado e apenas a entrada de pessoas identificadas como não participantes do "rolezinho" foi permitida pela polícia.

No terminal de ônibus que fica embaixo da rampa de acesso ao shopping, os policiais voltaram a usar balas de borracha e bombas contra os jovens.
Às 19h45, a Polícia Militar informou que a situação era "crítica na estação Itaquera" e que "todo o policiamento está apoiado" para atender a ocorrência. Assim, só terá mais informações "com um pouco mais de tempo."

A polícia disse ainda que, durante o confronto no terminal, "diversas lojas foram danificadas."

Já há um novo encontro marcado para a próxima semana no mesmo local. Ao menos 600 pessoas já foram convidadas para se encontrar no shopping Itaquera no sábado (18), às 16h30.

Foto: Bruno Poletti/Folhapress

Policial militar usa cassetete para intimidar jovem durante "rolezinho" no shopping Itaquera, na zona leste de SP
Policial militar usa cassetete para intimidar jovem durante "rolezinho" no shopping Itaquera, na zona leste de SP

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Quanto o Lula vai contribuir com multa do Genoíno?

A multa que Genoíno deve à Justiça e está tirando o sono de petistas militantes engajados em todo o país é algo em torno de R$ 470 mil. Ela deve ser paga ainda este mês sob o risco de execução.

Levando em consideração que o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores não acumulou bens, corre o risco de perder o único que possui, uma casa em São Paulo. Filiados do PT estão mobilizados em uma campanha nacional para arrecadar fundos para pagamento da multa de Genoíno. Hoje, o atual presidente do partido, Rui Falcão, inclusive, conclamou a sua militância para ajudar na missão financeira.

Tudo muito bonito, muito legal.

Mas eu estou mesmo é querendo saber quanto é que o Lula vai contribuir com a multa do Genoíno.

Uma palestra do ex-presidente da República pode chegar a meio milhão de dólares, tamanho é o seu prestígio pelo mundo. Petistas de todo o Brasil se envaidecem pelo "analfabeto" receber mais que dotô FHC em suas disputadas palestras.

E agora, Lula do meu coração, vamos ajudar o companheiro que nunca te abandonou?



terça-feira, 7 de janeiro de 2014

E se os pobres tivessem voz?

Excelente provocação feita hoje pelo colunista Clovis Rossi, na Folha de S. Paulo. Nem sei como passou...

Quem deveria ficar "nervosinho"
Um estranho país em que os ricos batem recorde de pessimismo, mas os pobres parecem contentes
Há algo de profundamente errado em um país, um certo Brasil, em que os ricos choram (e de barriga cheia), ao passo que os pobres parecem relativamente felizes. Na ponta dos mais ricos, refiro-me à pesquisa da consultoria Grant Thornton que o caderno "Mercado" publica hoje, páginas adiante, e que mostra um absurdo recorde de pessimismo entre os executivos brasileiros.

Na ponta dos pobres, valem as sucessivas pesquisas que mostram satisfação majoritária com o governo Dilma Rousseff, a ponto de 11 de cada 10 analistas apostarem, hoje por hoje, na reeleição da presidente. Como ninguém vota em governo que o faz infeliz, só se pode concluir que uma fatia majoritária dos brasileiros, especialmente os pobres, está rindo.

Que a economia brasileira tem problemas, ricos, pobres e remediados estão cansados de saber. Problemas conjunturais (o crescimento medíocre dos anos Dilma ou a forte queda do saldo comercial, por exemplo). Problemas estruturais que se arrastam há tantos séculos que nem é preciso relacioná-los aqui. Daí, no entanto, a um pessimismo recorde vai um abismo. Um país em que há pleno emprego e crescimento da renda não pode ser campeão de pessimismo nem pode ficar em 32º lugar, entre 45, no campeonato mundial de pessimismo. É grotesco.

Grotesca igualmente é uma das aparentes razões para o surto de pessimismo que vem grassando desde meados do ano passado. Seria a diminuição do superavit primário, ou seja, do que sobra de dinheiro nos cofres públicos depois de descontadas as despesas e tem servido exclusivamente para o pagamento dos juros da dívida. Foi por isso que o ministro Guido Mantega apressou-se a divulgar os dados de 2013, para acalmar os "nervosinhos".

Quem deveria ficar nervoso, mas muito nervoso, não apenas "nervosinho", é exatamente quem está contente com o governo.

Basta fazer a comparação: os portadores de títulos da dívida pública (serão quantos? Um milhão de famílias? Cinco milhões no máximo?) receberam do governo, no ano passado, R$ 75 bilhões. É exatamente quatro vezes mais do que os R$ 18,5 bilhões pagos às 14 milhões de famílias (ou 50 milhões de pessoas) que recebem o Bolsa Família.

Quatro vezes mais recursos públicos para quem tem dinheiro para investir em papéis do governo do que para quem não tem renda. Seria um escândalo se os pobres tivessem voz. Mas quem a tem são os rentistas que ficam reclamando da redução do que recebem, como se houvesse de fato a mais remota hipótese de que o governo deixe de honrar sua dívida. Fazem um baita ruído com os truques contábeis que permitiram o superavit, mas não dizem que, com truque ou sem truque, a dívida líquida diminuiu este ano, de 35,16% do PIB em janeiro para 33,9% em novembro, última medição disponível.

Ou, posto de outra forma: o governo, supostamente irresponsável, gasta menos do que arrecada e ainda pinga 1,3% de tudo o que o país produz de bens e serviços na conta dos mais ricos e apenas 0,4% na dos pobres entre os pobres. E os ricos ainda choram.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/146671-quem-deveria-ficar-quotnervosinhoquot.shtml